"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


domingo, 16 de março de 2008

Insulza defende o ataque ao Equador



O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, se aprestou a defender a agressão de que foi vítima o Equador e o massacre no qual foi assassinado o comandante das FARC, Raúl Reyes, 15 guerrilheiros e mais alguns civis que estavam visitando o comandante guerrilheiro.

ANNCOL/YVKE Mundial

Segundo Insulza não será possível construir uma versão de como foi a operação militar, pois as declarações equatorianas e colombianas não coincidem, precisou o diário El Comercio, do Equador. Antes de abandonar a capital colombiana, o secretário deixou entrever os três ingredientes que conterá o documento que começou a preparar. O próprio secretário da OEA crê que o primeiro ponto não deve ser o mais importante de seu informe. “Se dois governos me dão versões distintas, eu tenho que consignar ambas. Não creio que os ministros queiram prosseguir no tema ou entrar novamente numa discussão. Em todo caso, são têm o direito de fazê-lo”.

Esta posição ajuda a que, segundo deixa transparecer Insulza, não haverá condenação ao governo colombiano pela violação da soberania equatoriana, muito menos pelo massacre e, pelo contrário, propõe que os implicados cheguem a um acordo construtivo, e que o segundo componente do informe se orientará a que os dois países trabalhem num modelo de cooperação “muito mais consistente na fronteira comum, que permita solucionar os grandes enganos que evidenciou a missão em suas visitas”, com o qual dá a absolvição ao governo colombiano. Estes graves “enganos” convertem o Equador em culpável pela situação da fronteira, isto é, da presença da guerrilha e do que se trata é, precisamente, da intromissão e ataque de um acampamento localizado em território equatoriano por parte de forças militares estrangeiras.

Insulza disse que é importante que se admita que tanto Colômbia como Equador têm muitas dificuldades em controlar suas fronteiras e, por isso, um trabalho mancomunado é uma boa alternativa “para que não volte a ocorrer”. Resulta desta maneira que Equador e os países fronteiriços são culpáveis por não cuidar de sua fronteira com Colômbia e não a Colômbia, que é a que tem um conflito interno em seu território que o governo colombiano quer que os países fronteiriços se imiscuam nele, não para solucioná-lo buscando uma saída política, senão que para ajudá-lo a “combater os terroristas”, isto é, a guerra, e serão compelidos a imiscuir-se num conflito que é eminentemente colombiano, porque “não é necessário aumentar os ataques com força na zona, porém que, com a colaboração binacional e com o pedido aos dois países para que cumpram seus acordos, sim, se pode melhorar a presença no lugar. Sobretudo porque se deve controlar mais rigorosamente a passagem pelos rios San Miguel e Putumayo, de um lado a outro da fronteira”. Finalmente, o terceiro componente do informe do organismo será o detalhe do armamento e o tipo de aviões usados na “Operação Fênix”, do 1º de março.

Insulza disse ter toda a informação proporcionada pelas Forças Militares colombianas, porém que a tornará pública uma vez que os chanceleres leiam o informe que preparou. Várias versões da imprensa têm explicado que para dirigir o ataque ao acampamento de “Reyes” se usaram aviões Super Tucano, de fabricação brasileira. A Colômbia adquiriu em 2005 uma frota de 25 destas aeronaves, que segundo informações técnicos, podem lançar bombas cluster.

O Ministério de Defesa qualificou de confidencial a dita operação, pelo que, nesse sentido, se espera conhecer de maneira oficial o tipo de bombas que se dispararam desde o ar, assim como as munições disparadas pelos soldados colombianos quando entraram no acampamento por terra. Descartado está, então, que digam que utilizaram bombas inteligentes e bombas cluster pela confidencialidade da operação. Por quê? Porque os pilotos que realizaram a operação não eram colombianos.

O informe entregue pelo Equador à OEA resume a série de violações aos acordos internacionais e binacionais. Para o governo equatoriano, na operação se violaram cinco princípios básicos da Carta das Nações Unidas e quatro do tratado da Organização de Estados Americanos. Tampouco foram observados vários instrumentos bilaterais de caráter militar e policial.

Os delineamentos e as respostas colombianas serão discutidos no próximo encontro de chanceleres membros do organismo continental. O encontro está previsto para a próxima segunda-feira 17 de março, em Washington, EE.UU.

É de ressaltar que todas as propostas de aumentar a “presença na fronteira”, uma força multilateral, os Cascos Azuis etc., são precisamente as propostas que, desde há mais de 5 anos, vem exigindo o narco-paramilitar presidente colombiano, Álvaro Uribe Vélez, dos países fronteiriços. Porém, desqualifica e torpedeia a ingerência benéfica que busca posicionar o Intercâmbio Humanitário e os Diálogos de Paz, os quais são a única saída viável ao conflito interno colombiano.

Uribe Vélez, como fiel mandatário de mr. Bush, só quer “guerra, mais guerra”, “mortos, mais mortos”. Porém, os povos latino-americanos imporão a Paz que tanto deseja o povo colombiano.

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