PC Chileno solidário com as FARC
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No marco da comemoração do terceiro aniversário da morte da ex-presidente do Partido Comunista, Gladis Marín, no cemitério General de Santiago, o presidente do Partido Comunista do Chile, Guillermo Teillier, reiterou seu apoio às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, assinalando que não são um movimento terrorista e sim uma força beligerante.
ANNCOL/Tomada de Argenpress
“As FARC não são terrorista, são uma força beligerante, são um exército guerrilheiro. O que pretendemos com essa posição que o conflito interno na Colômbia termine, mas com uma negociação e não com derrotados, porque para (Alvaro) Uribe (Presidente da Colômbia), lhe agradaria que as Farc terminem de joelhos ante o poder fascista que ele detém, afirmou Teillier.
Neste sentido, cabe destacar que os movimentos guerrilheiros que têm desfraldado as bandeiras de luta de seus respectivos povos, não são novos. O Exército Republicano Irlandês (IRA), teve que enfrentar por décadas esta acusação. No entanto, finalmente tiveram que sentar à mesa de conversações e considerá-los uma força militar beligerante. A Frente Nacional de Libertação do Vietnam, a FNL, também foi considerada uma organização terrorista. Contudo, dirigiu uma luta contra o invasor estrangeiro, terminando por derrotá-lo e expulsá-lo do país. Hoje, o Vietnam constrói seu próprio caminho ao socialismo de forma cada vez mais êxitosa.
Por isso concluímos que as FARC-EP são uma força militar beligerante de fato, mas não de direto, pois Uribe e o Império não querem outorgar-lhe esse status. Dizemos que a guerrilha é uma força beligerante, pois, o porta-voz das FARC-EP, Raúl Reyes, recentemente assassinado, no ano 2000 havia se reunido com Andrés Pastrana, ex-presidente da Colômbia, com Cailo Gómez, Alto Comissário para a Paz da Colômbia, com James Lemoyne, representantes da ONU e com Giorgio
Lengua, representante do Papa e do Vaticano.
Raúl Reyes, além do mais, havia se reunido com representantes do governo da Noruega, com a ministra de relações exteriores da Suécia, Anna Lindh, posteriormente assassinada. Também havia se reunido com Vicente Rancel, ex ministro da Venezuela e ultimamente, por causa dos preparativos para a libertação dos reféns das mãos da guerrilha, havia tido contato com os governos do Equador, Venezuela, França, com a senadora Piedad Córdoba e outros, demonstrando com isso sua plena disposição de resolver o conflito dos seqüestrados e pela paz na Colômbia, na base de um acordo justo e humanitário.
Por esse motivo o presidente do PC destacou, entre outras coisas, que “nós como Partido Comunista adotamos a política de solidarizarmos com o povo colombiano e solidarizarmos com as FARC no tema do intercâmbio humanitário de prisioneiros. Vamos manter essa posição a pesar de alguns personagens da direta dizerem que somos terroristas e estamos amparando terroristas”.
Além do mais, o dirigente criticou duramente o governo dos Estados Unidos, acusando-o de intervir na América latina para apoderar-se de recursos naturais e reservas energéticas que existem na região. Não só isso, o governo narco-paramilitar do títere e lacaio dos Estados Unidos, Álvaro Uribe, em suas incursões armadas contra a guerrilha, o que busca em particular é a eliminação física de Ingrid Betancourt, já que a considera eventualmente como uma potencial inimiga política, que poderia frustrar suas aspirações presidenciais para um próximo mandato presidencial.
Os norte-americanos não querem a paz na Colômbia, não querem que prossiga o intercâmbio humanitário Eles querem o conflito entre nações irmãs e ter o controle das reservas de petróleo que existem tanto no Equador como na Venezuela, afirmou Teillier
Cabe acrescentar, além do mais, que nesta no os Estados Unidos devem retirar-se da base de Manta, localizada em território equatoriano, que utiliza para controlar os movimentos do narcotráfico para seu próprio benefício, além de rastrear a guerrilha das FARC-EP. Daí que o Império se encontra desesperado, tratando de impulsionar uma escalada propagandística contra Equador, Venezuela, Nicarágua e Bolívia, que os mantém na mira para sua desestabilização e posterior ocupação de seus países, instalando novos títeres e lacaios, como tem feito no Afeganistão, Iraque, Kosovo e alguns países africanos.
No memorial Gladys Marin, Teillier manifestou seu carinho e admiração para com a ex-dirigente e reafirmou os ideais que ela deixou quando dirigia o partido. Além disso, recordou que Marin foi a primeira pessoa que se atreveu a apresentar uma demanda judicial contra o ex-ditador Augusto Pinochet.
Teillier enfatizou que como produto da perseverança da ex-dirigente, “podemos dizer que no Chile finalmente se começa a falar na necessidade de mudanças da legislação trabalhista e se começa a falar dos direitos dos trabalhadores (…) muitos dirigentes sindicais estão ingressando no partido inspirados na figura de Gladis e isso nos enche de orgulho. Por isso seguiremos mantendo viva sua memória”, acrescentou.
O dirigente prometeu que cumprirão o que propôs Marin em 1996, de “quebrar o sistema bipartidário e de lograr que aqueles que não estão representados no parlamento burguês cheguem nele”.
Até o local também se fizeram presentes o Colégio de Professores, a juventude comunista e as três irmãs (Sonia, Silvia e Nancy) da fenecida ex candidata presidencial do PC.
Com bandeiras do partido, arranjos de flores, gritando palavras de ordem e cantando a Internacional, canção de luta dos trabalhadores do mundo, os manifestantes se dirigiram até o mausoléu de Marin, no pátio 50 do cemitério. Na cerimônia esteve a cantora nacional Carmen Prieto e o trovador argentino Diego Dana, que interpretaram duas canções
Cabe destacar, também, que a escalada propagandística do Império junto aos meios de imprensa lacaios da Colômbia na região, pretendem envolver o Partido Comunista na possível formação de uma organização armada. Isso ocorre devido a dois militantes de base terem participado recentemente do II Encontro Bolivariano Continental, com jovens de diversos países latino-americanos, com estudantes mexicanos que tiveram a oportunidade de visitar um acampamento da guerrilha colombiana, onde se encontrava Raúl Reyes, porta-voz internacional das FARC-EP, com o qual foram fotografados.
Sobre o assunto, o presidente do Partido Comunista, Guillermo Teillier, desmentiu de maneira taxativa as afirmações histéricas do vice-presidente da Colômbia, Francisco Santos, que informou que os chilenos Manuel Olate e Valeska López, teriam recebido instrução militar das FARC. Teillier disse à imprensa que “acredito que o senhor Santos não tem nada de santo, porque mente descaradamente”.
O dirigente acrescentou que “eles (os chilenos) foram a uma viagem que durou uma semana no total e que estiveram um dia no acampamento”, negando que tivessem recebido treinamentos em tão curto espaço de tempo da guerrilha.
O presidente do PC expressou que o governo colombiano está mentindo “porque estão tratando de justificar o massacre ao acampamento em território equatoriano e (por isso) vão inventar qualquer coisa”.
O governo narco-paramilitar de Álvaro Uribe não apenas tem que justificar a agressão militar em território equatoriano, pelo qual tem sido condenado amplamente pelos países da região, mas que além disso tem de demonstrar perante a opinião pública internacional que está por acertar um acordo humanitário para resolver o problema dos reféns nas mãos da guerrilha, e, por outro lado, pôr em liberdade os presos políticos das FARC-EP e aos dirigentes de organizações sociais e sindicais que se encontram nas masmorras da “democracia colombiana”.
Finalmente, até o momento, o que se observa mais claramente é que Alvaro Uribe se encontra profundamente comprometido com o narco-paramilitarismo. É um compromisso de longa data para destruir os acordos com as FARC-EP, resultando daí sua opção militar em detrimento da perspectiva diplomática e o acordo com a guerrilha. Além do mais, o atual lacaio da Casa Branca busca sua reeleição presidencial a través da ação militar. A opção de Uribe é a confrontação até as últimas conseqüências com a guerrilha, é a macartização do conflito, que se encontra apoiado, patrocinado e dirigido pelos Srs. Da guerra da Casa Branca e o Pentágono ianque.
O piro maníaco Bush e seu boys, agora vão incendiar a região, necessita vender armas e, de passagem, como dizem os comunista chilenos, controlar os recursos naturais e energéticos da região, mas antes precisam desestabilizar os governos que não são afinados com as políticas unilaterais, agressivas e genocidas dos Estados Unidos, pois não só necessitam ter um controle efetivo de seu “quintal”, senão que irão querer o controle de todo o planeta, e na América Latina criar conflitos de “baixa intensidade”, ou reinstalar novas ditaduras militares.