A “neutralidade” da OEA
Sem reunir-se ainda o grupo de Chanceleres, Washington já redigiu a ata informativa e a cedeu à El Tiempo.
Juan Carlos Vallejo
“As recomendações, que foram dadas por El Tiempo, é que se reunirão os chanceleres da região às 10 da manhã na sede do organismo em Washington”.
El Tiempo, 16 de março de 2008
Fonte: http://www.eltiempo.com/politica/2008-03-17/ARTICULO-WEB-NOTA_INTERIOR-4015663.html
El Tiempo, 16 de março de 2008
Fonte: http://www.eltiempo.com/politica/2008-03-17/ARTICULO-WEB-NOTA_INTERIOR-4015663.html
“Para bom entendedor, meia palavra basta”, assim diz o ditado e assim claramente é a “neutralidade” da OEA. Sem que o grupo de Chanceleres houvesse se reunido, a ata informativa da Missão foi redigida e filtrada por Washington a El Tiempo, como bem se pôde observar no cabeçalho desse artigo.
Mas há mais coisa: Como se tratasse de um jogo de intimidação, um parágrafo da nota de El Tiempo diz:
“O clima para a Colômbia, então, é favorável porque se supõe que irá à reunião da OEA, representando Washington, o sub-secretário de Estado John Negroponte, considerado um dos homens duros da administração Bush”.
Que bom! John Negroponte foi o Embaixador dos Estados Unidos em Honduras desde 1981, quando aumentou a violação aos direitos humanos nesse país e o bloqueio econômico, além do apoio aos “Contras” nicaragüenses por parte dos Estados Unidos. Vil atitude que levaria à condenação dos Estados Unidos por violação do Direito Internacional por parte da Corte Internacional de Justiça no dia 27 de junho de 1986. Fardo que os Estados Unidos, com seu seu cinismo característico, se negou a aceitar alegando que a Corte não tinha jurisdição, mas a pressão internacional pôde mais e os Estados Unidos teve que reconhecer a jurisdição da Corte e a condenação para a vergonha de seu próprio povo.
Quem é Negroponte?
Dizia Lisandro Otero (Red Voltaire, 31 de maio de 2004):
Mas há mais coisa: Como se tratasse de um jogo de intimidação, um parágrafo da nota de El Tiempo diz:
“O clima para a Colômbia, então, é favorável porque se supõe que irá à reunião da OEA, representando Washington, o sub-secretário de Estado John Negroponte, considerado um dos homens duros da administração Bush”.
Que bom! John Negroponte foi o Embaixador dos Estados Unidos em Honduras desde 1981, quando aumentou a violação aos direitos humanos nesse país e o bloqueio econômico, além do apoio aos “Contras” nicaragüenses por parte dos Estados Unidos. Vil atitude que levaria à condenação dos Estados Unidos por violação do Direito Internacional por parte da Corte Internacional de Justiça no dia 27 de junho de 1986. Fardo que os Estados Unidos, com seu seu cinismo característico, se negou a aceitar alegando que a Corte não tinha jurisdição, mas a pressão internacional pôde mais e os Estados Unidos teve que reconhecer a jurisdição da Corte e a condenação para a vergonha de seu próprio povo.
Quem é Negroponte?
Dizia Lisandro Otero (Red Voltaire, 31 de maio de 2004):
“Negroponte é um conhecido manipulador político, cúmplice de torturadores, animador de carrascos, sinistro encubridor de violações de direitos humanos, capacho de traficantes de armas. Foi embaixador de Honduras de 1981 a 85. Durante seu exercício fundou a espantosa base de El Aguacete, centro centro de detenção e torturas, com a cooperação da CIA e de militares argentinos. Ali se treinava os contras nicaragüenses. Em agosto de 2001 umas escavações descobriram os restos de 185 pessoas, incluindo dois estadunidenses, que haviam sido torturados e assassinado naquele horrendo lugar.
Negroponte, com a ajuda da CIA, contribuiu para criar o Batalhão 316 que seqüestrou, martirizou e exterminou centenas de patriotas. Negroponte pôs em contatos os traficantes de armas Thomas Posey e Dana Parkes com os militares hondurenhos e conseguiu que o pressuposto da ajuda militar estadunidense crescesse de quatro a setenta e sete milhões de dólares anuais.
O jornal Baltimore Sun citou as declarações de Efraín Diaz Arrivillaga, um dissedente hondurenho, que denunciou Negroponte pelas violações aos direitos humanos dos militars e o embaixador negou conhecer esses acontecimentos mesmo que Rick CHidester, ex-funcionário da embaixada estadunidense em Tegucigalpa, declarasse que ele foi forçado a omitir de seus informes ao Departamento de Estado a relação dessas violações.
Em maio de 1982 a monja Leticia Bordes chegou a Honduras em uma missão investigadora sobre o paradeiro de 32 monjas salvadorenhas que haviam se refugiado em Honduras após o assassinato do bispo Oscar Romero. Procurou Negroponte, que negou saber algo sobre o assunto. Mais tarde, Jack Binns, funcionário diplomático estadunidense, assegurou que as monjas haviam sido seqüestradas, estupradas e lançadas de helicópteros, tudo com o conhecimento e provável intervenção de Negroponte.
Los Angeles Times denunciou que Luis Alonso Discua Elvir, embaixador adjunto de Honduras nas Nações Unidas, revogou seu testemunho de forma que não pudesse ser citado a declarar diante das audiências do Senado em Washington, em julho próximo, para a aprovação da nomeação de Negroponte.
Discua Elvir foi dirigente do sinistro batalhão 316 em tempos de Negroponte e poderia dar testemunhos horríveis que impediriam a designação que Bush pedia. O governo dos falcões petroleiros está tratando de apagar os crimes e camuflar os rastros de sangue do eminente embaixador. Muitos membros dos esquadrões da morte hondurenhos, que atualmente residem nos Estados Unidos, viajaram ao exterior nesses dias, para evitar que fossem interrogados.
Em 1981 os cadáveres de quatro monjas da congregação Maryknoll de Nova York: Ita Ford, Maureen Clarke, a ursulina Dorothy Kazel e a missionária Jean Donovan foram achados em El Salvador. Haviam sido estupradas antes de assassinadas a tiros. Essas religiosas haviam defendido aos salvadorenhos do terror desatado por seu governo.
O crime, denunciado pelo New York Times, fez com que a embaixadora nas Nações Unidas naquela época, Jean Kirkpatrick, acusasse as monjas de atividades subversivas. Ela e seu sucessor, Vernon Walters, o homicida sub-diretor da CIA que organizou os batalhões de matadores da Operação Condor, negaram estes feitos e de quebra ajudaram Negroponte a ocultar sua horrorosa folha de terrorismo contra o povo hondurenho.
Outro caso similar foi o do sacerdote jesuíta estadunidense James Carney, que “foi desaparecido” pelos militares hondurenhos em setembro de 1983. Seus restos foram exumados em janeiro de 2004, em uma das bases usadas pelos contras, com o consentimento de Negroponte. Negroponte colaborou estreitamente com o chefe do exército hondurenho, general Gustavo Álvarez Martínez na consolidação do terrorismo de estado, do desaparecimento de centenas de hondurenhos e salvadorenhos, na tortura, interrogatório e assassinato de patriotas que somente desejavam ver a terra em que nasceram livre do domínio estrangeiro e da opressão da oligarquia nacional”.
Negroponte, com a ajuda da CIA, contribuiu para criar o Batalhão 316 que seqüestrou, martirizou e exterminou centenas de patriotas. Negroponte pôs em contatos os traficantes de armas Thomas Posey e Dana Parkes com os militares hondurenhos e conseguiu que o pressuposto da ajuda militar estadunidense crescesse de quatro a setenta e sete milhões de dólares anuais.
O jornal Baltimore Sun citou as declarações de Efraín Diaz Arrivillaga, um dissedente hondurenho, que denunciou Negroponte pelas violações aos direitos humanos dos militars e o embaixador negou conhecer esses acontecimentos mesmo que Rick CHidester, ex-funcionário da embaixada estadunidense em Tegucigalpa, declarasse que ele foi forçado a omitir de seus informes ao Departamento de Estado a relação dessas violações.
Em maio de 1982 a monja Leticia Bordes chegou a Honduras em uma missão investigadora sobre o paradeiro de 32 monjas salvadorenhas que haviam se refugiado em Honduras após o assassinato do bispo Oscar Romero. Procurou Negroponte, que negou saber algo sobre o assunto. Mais tarde, Jack Binns, funcionário diplomático estadunidense, assegurou que as monjas haviam sido seqüestradas, estupradas e lançadas de helicópteros, tudo com o conhecimento e provável intervenção de Negroponte.
Los Angeles Times denunciou que Luis Alonso Discua Elvir, embaixador adjunto de Honduras nas Nações Unidas, revogou seu testemunho de forma que não pudesse ser citado a declarar diante das audiências do Senado em Washington, em julho próximo, para a aprovação da nomeação de Negroponte.
Discua Elvir foi dirigente do sinistro batalhão 316 em tempos de Negroponte e poderia dar testemunhos horríveis que impediriam a designação que Bush pedia. O governo dos falcões petroleiros está tratando de apagar os crimes e camuflar os rastros de sangue do eminente embaixador. Muitos membros dos esquadrões da morte hondurenhos, que atualmente residem nos Estados Unidos, viajaram ao exterior nesses dias, para evitar que fossem interrogados.
Em 1981 os cadáveres de quatro monjas da congregação Maryknoll de Nova York: Ita Ford, Maureen Clarke, a ursulina Dorothy Kazel e a missionária Jean Donovan foram achados em El Salvador. Haviam sido estupradas antes de assassinadas a tiros. Essas religiosas haviam defendido aos salvadorenhos do terror desatado por seu governo.
O crime, denunciado pelo New York Times, fez com que a embaixadora nas Nações Unidas naquela época, Jean Kirkpatrick, acusasse as monjas de atividades subversivas. Ela e seu sucessor, Vernon Walters, o homicida sub-diretor da CIA que organizou os batalhões de matadores da Operação Condor, negaram estes feitos e de quebra ajudaram Negroponte a ocultar sua horrorosa folha de terrorismo contra o povo hondurenho.
Outro caso similar foi o do sacerdote jesuíta estadunidense James Carney, que “foi desaparecido” pelos militares hondurenhos em setembro de 1983. Seus restos foram exumados em janeiro de 2004, em uma das bases usadas pelos contras, com o consentimento de Negroponte. Negroponte colaborou estreitamente com o chefe do exército hondurenho, general Gustavo Álvarez Martínez na consolidação do terrorismo de estado, do desaparecimento de centenas de hondurenhos e salvadorenhos, na tortura, interrogatório e assassinato de patriotas que somente desejavam ver a terra em que nasceram livre do domínio estrangeiro e da opressão da oligarquia nacional”.
Um informe da Associated Press (17 de fevereiro de 2005), assinado por Néstor Ikeda, disse:
“Negroponte, de 65 anos, vem servir a Bush como o primeiro embaixador estadunidense no Iraque depois da derrocada do presidente Saddam Hussein na guerra empreendida há quase dois anos.
Aceitou esse cargo quando era embaixador das Nações Unidas, uma função que também realizou anteriormente em Honduras, México e as Filipinas alternando-as com postos de alto nível no Departamento de Estado.
Como embaixador das Nações Unidas, Negroponte exerceu uma persistente pressão diante dos governos do México e Chile para que destituíssem seus embaixadores nas Nações Unidas, assim que ambos os países votaram contra o pedido dos Estados Unidos para iniciar a guerra no Iraque.
No fim das contas, o embaixador mexicano Adolfo Aguilar Zinser e o chileno Juan Gabriel Valdés foram retirados dessas funções, e os governo do México e Santiago iniciaram uma política de estreitamento com Washington.
Larry Birns, diretor do Conselho sobre Assuntos do Hemisfério (COHA), uma oficina de investigação e análise de Washington, sugere que nas audiências de confirmação de Negroponte seja chamado a declarar o ex-general hondurenho Luis Alonso Discua Elvir, quem presuntamente dirigiu um esquadrão da morte em seu país.
Discua Elvir, sobre a base de que “falará de tudo” sobre Negroponte, conseguiu que se permitisse à sua família que residisse nos Estados Unidos. Mas as autoridades revogaram seu visto em 2001 e, segundo Birns, “talvez haja um abundante material” que implicaria ao novo chefe da inteligência estadunidense.
Aceitou esse cargo quando era embaixador das Nações Unidas, uma função que também realizou anteriormente em Honduras, México e as Filipinas alternando-as com postos de alto nível no Departamento de Estado.
Como embaixador das Nações Unidas, Negroponte exerceu uma persistente pressão diante dos governos do México e Chile para que destituíssem seus embaixadores nas Nações Unidas, assim que ambos os países votaram contra o pedido dos Estados Unidos para iniciar a guerra no Iraque.
No fim das contas, o embaixador mexicano Adolfo Aguilar Zinser e o chileno Juan Gabriel Valdés foram retirados dessas funções, e os governo do México e Santiago iniciaram uma política de estreitamento com Washington.
Larry Birns, diretor do Conselho sobre Assuntos do Hemisfério (COHA), uma oficina de investigação e análise de Washington, sugere que nas audiências de confirmação de Negroponte seja chamado a declarar o ex-general hondurenho Luis Alonso Discua Elvir, quem presuntamente dirigiu um esquadrão da morte em seu país.
Discua Elvir, sobre a base de que “falará de tudo” sobre Negroponte, conseguiu que se permitisse à sua família que residisse nos Estados Unidos. Mas as autoridades revogaram seu visto em 2001 e, segundo Birns, “talvez haja um abundante material” que implicaria ao novo chefe da inteligência estadunidense.
Um informe da Equipe Nizcor de 11 de junho de 1995 dizia, referindo-se a Honduras, onde Negroponte era Embaixador:
“O pequeno país se viu saturado com tanto equipamento militar e pessoal dos Estados Unidos que alguns começaram a se referir à ele como ‘USS Honduras’”.
Em outros trechos, o informe diz:
“Documentos recentemente desclassificados e outras fontes revelam que a CIA e a Embaixado dos Estados Unidos tinham conhecimento de grande parte dos crimes, incluindo a tortura e os assassinatos, cometidos pelo Batalhão 316, e, ainda assim, seguiram colaborando estreitamente com seus líderes.
Visando manter o fluxo de dólares dos Estados Unidos a Honduras para a guerra contra o comunismo na América Central, a Administração Reagan realizou, publicamente, uma série de declarações enganosas diante do Congresso e a opinião pública, negando ou minimizando a violência do Batalhão 316.
Estas são algumas das averiguações de uma investigação de 14 meses na qual o The Sun obteve antigos documentos secretos e entrevistou participantes dos Estados Unidos e de Honduras, muitos dos quais, temendo por sua posição ou suas vidas, haviam guardado silêncio até hoje.
Entre os entrevistados se encontram três ex-torturadores do Batalhão 316, que reconheceram seus crimes e detalharam a estreita relação do batalhão com a CIA.
A colaboração dos Estados Unidos com o Batalhão 316 se deu em muito níveis.
A CIA foi uma peça-chave para o treinamento e equipamento do Batalhão 316. Seus membros eram aero-transportados a um lugar secreto dos Estados Unidos para receber treinamento em técnicas de vigilância e interrogatório, e depois a CIA continuava treinando-os em bases hondurenhas.
Desde 1981, os Estados Unidos cederam fundos clandestinamente a especialistas argentinos em contra-insurgência para que esses treinassem as forças anti-comunistas em Honduras. Nessa época, a Argentina era famosa por sua própria “guerra suja”, que custou pelo menos 10.000 mortos ou “desaparecidos” nos anos 70. Instrutores argentinos e da CIA trabalharam ombro a ombro no treinamento dos membros do Batalhão 316 em um acampamento em Lepaterique, um povoado a umas 16 milhar ao oeste de Tegucigalpa.
O General Gustavo Álvarez Martínez, quem em sua qualidade de Chefe das forças armadas hondurenhas dirigia pessoalmente o Batalhão 316, recebeu um forte apoio dos Estados Unidos, inclusive após haver ditoa um Embaixador estadunidense que pretendia usar o método argentino de eliminação de subversivos.
Em 1983, quando os métodos repressivos de Álvarez eram bem conhecidos pela Embaixada dos Estados Unidos, a Administração Reagan lhe condecorou com a Legião do Mérito por “promover o êxito do processo democrático em Honduras”. Sua amizade com Donald Winters, chefe da estação da CIA em Honduras, era tão estreita que quando Winters adotou uma criança pediu a Álvarez que fosse o padrinho.
Um oficial da CIA radicado na Embaixada dos Estados Unidos ia com freqüência a uma prisão secreta conhecida como INDUMIL, onde se torturava, e ali visitava a cela de Inés Murilllo, vítima de abdução. Essa prisão e outras instalações do Batalhão 316, estavam fora do alcance dos funcionários hondurenhos, incluindo os juízes que tentavam saber o paradeiro das vítimas de seqüestro.
É desconhecido o número exato de pessoas executadas pelo Batalhão 316. Ao longo dos anos foram encontrando corpos não identificados nem reclamados, enterrados em zonas rurais, ao longo de rios e nos bosques.
Posteriormente, em 1993, o Governo de Honduras publicou uma lista de 184 pessoas desaparecidas e presumidamente mortas. Em português se diz “desaparecidos”. Mackay é a primeira pessoa da lista que foi achada e identificada. O descobrimento de um corpo identificável permitiu aos fiscais tentar colocar suas vítimas à disposição da justiça.
Até o dia de hoje, os sucessos de Honduras têm recebido pouca atenção, uma obscura exibição para uma batalha regional tão publicitada. Ocorreram quando a Administração Reagan estava levando a cabo uma guerra contra o regime marxista da Nicarágua e os insurgentes de esquerda em El Salvador.
Honduras, aliada dos Estados Unidos, era utilizada por Washington como base principal de suas operações principalmente encubertas. A missão do Batalhão 316 era a de manter Honduras limpa de esquerdistas”.
Em outros trechos, o informe diz:
“Documentos recentemente desclassificados e outras fontes revelam que a CIA e a Embaixado dos Estados Unidos tinham conhecimento de grande parte dos crimes, incluindo a tortura e os assassinatos, cometidos pelo Batalhão 316, e, ainda assim, seguiram colaborando estreitamente com seus líderes.
Visando manter o fluxo de dólares dos Estados Unidos a Honduras para a guerra contra o comunismo na América Central, a Administração Reagan realizou, publicamente, uma série de declarações enganosas diante do Congresso e a opinião pública, negando ou minimizando a violência do Batalhão 316.
Estas são algumas das averiguações de uma investigação de 14 meses na qual o The Sun obteve antigos documentos secretos e entrevistou participantes dos Estados Unidos e de Honduras, muitos dos quais, temendo por sua posição ou suas vidas, haviam guardado silêncio até hoje.
Entre os entrevistados se encontram três ex-torturadores do Batalhão 316, que reconheceram seus crimes e detalharam a estreita relação do batalhão com a CIA.
A colaboração dos Estados Unidos com o Batalhão 316 se deu em muito níveis.
A CIA foi uma peça-chave para o treinamento e equipamento do Batalhão 316. Seus membros eram aero-transportados a um lugar secreto dos Estados Unidos para receber treinamento em técnicas de vigilância e interrogatório, e depois a CIA continuava treinando-os em bases hondurenhas.
Desde 1981, os Estados Unidos cederam fundos clandestinamente a especialistas argentinos em contra-insurgência para que esses treinassem as forças anti-comunistas em Honduras. Nessa época, a Argentina era famosa por sua própria “guerra suja”, que custou pelo menos 10.000 mortos ou “desaparecidos” nos anos 70. Instrutores argentinos e da CIA trabalharam ombro a ombro no treinamento dos membros do Batalhão 316 em um acampamento em Lepaterique, um povoado a umas 16 milhar ao oeste de Tegucigalpa.
O General Gustavo Álvarez Martínez, quem em sua qualidade de Chefe das forças armadas hondurenhas dirigia pessoalmente o Batalhão 316, recebeu um forte apoio dos Estados Unidos, inclusive após haver ditoa um Embaixador estadunidense que pretendia usar o método argentino de eliminação de subversivos.
Em 1983, quando os métodos repressivos de Álvarez eram bem conhecidos pela Embaixada dos Estados Unidos, a Administração Reagan lhe condecorou com a Legião do Mérito por “promover o êxito do processo democrático em Honduras”. Sua amizade com Donald Winters, chefe da estação da CIA em Honduras, era tão estreita que quando Winters adotou uma criança pediu a Álvarez que fosse o padrinho.
Um oficial da CIA radicado na Embaixada dos Estados Unidos ia com freqüência a uma prisão secreta conhecida como INDUMIL, onde se torturava, e ali visitava a cela de Inés Murilllo, vítima de abdução. Essa prisão e outras instalações do Batalhão 316, estavam fora do alcance dos funcionários hondurenhos, incluindo os juízes que tentavam saber o paradeiro das vítimas de seqüestro.
É desconhecido o número exato de pessoas executadas pelo Batalhão 316. Ao longo dos anos foram encontrando corpos não identificados nem reclamados, enterrados em zonas rurais, ao longo de rios e nos bosques.
Posteriormente, em 1993, o Governo de Honduras publicou uma lista de 184 pessoas desaparecidas e presumidamente mortas. Em português se diz “desaparecidos”. Mackay é a primeira pessoa da lista que foi achada e identificada. O descobrimento de um corpo identificável permitiu aos fiscais tentar colocar suas vítimas à disposição da justiça.
Até o dia de hoje, os sucessos de Honduras têm recebido pouca atenção, uma obscura exibição para uma batalha regional tão publicitada. Ocorreram quando a Administração Reagan estava levando a cabo uma guerra contra o regime marxista da Nicarágua e os insurgentes de esquerda em El Salvador.
Honduras, aliada dos Estados Unidos, era utilizada por Washington como base principal de suas operações principalmente encubertas. A missão do Batalhão 316 era a de manter Honduras limpa de esquerdistas”.
Qualquer semelhança com a Colômbia NÃO É MERA COINCIDÊNCIA. Colômbia está tendo o papel que Honduras teve contra a Revolução Sandinista na Nicarágua. E Negroponte chega, como sempre, para realizar o trabalho sujo.
Segue o informe de Nizkor:
Segue o informe de Nizkor:
Enquanto o Governo dos Estados Unidos enchia de dinheiro e acalmava Álvarez, a evidência de violações aos direitos humanos aumentava.
Uma das acusações partiu do Coronal Leónidas Torres Arias, após ser despedido de seu cargo de chefe de inteligência das forças armadas hondurenhas.
Em agosto de 1982, deu umas conferências de imprensa na Cidade do México sobre o Batalhão 316, “um esquadrão da morte que operava em Honduras e que estava dirigido pelo comandante-em-chefe das forças armadas, General Gustavo Álvarez”. Deu os nomes de três vítimas, entre elas Nelson Mackay.
Na Embaixada dos Estados Unidos em Tegucigalpa, os funcionários estadunidenses tiveram que afrontar as petições pessoais e escritas dos familiares dos desaparecidos.
O ex-congressista hondurenho, Efraín Díaz Arrivillaga, manifestou que ele havia falado várias vezes com funcionários dos Estados Unidos em Honduras, inclusive Negroponte, sobre os abusos dos militares.
“Sua atitude era tolerante e de guardar silêncio”, disse. “Necessitavam que Honduras cedesse seu território mais do que lhes preocupava que se estivesse matando a gente inocente”.
Negroponte, agora embaixador nas Filipinas, recusou reiterados pedidos feitos por telefone e por escrito, desde o mês de julho, para ser entrevistado acerca desse informe, incluindo, recentemente, uma carta entregue em mãos à Embaixada em Manila.
Obviamente, com o intuito de evitar as perguntas do Congresso, os funcionários dos Estados Unidos em Honduras ocultaram as provas das violações dos direitos humanos.
“Não há prisioneiros políticos em Honduras”, afirmava sobre Honduras o informe de 1983 de direitos humanos do Departamento de Estado.
Portanto a Embaixada estava a par de numerosos seqüestros de esquerdistas e haveria participado na liberação de duas proeminentes vítimas cuja abdução e tortura eram embaraçosas.
Era normal que não aparecessem exemplos específicos de brutalidade pelas mãos dos militares hondurenhos nos informes de direitos humanos, preparados pela Embaixada sob direta supervisão do Embaixador Negroponte.
Tais informes ao Congresso eram um requisito da Lei de Assistência Externa [Foreign Assistance Act], a qual, na maior parte dos casos, proíbe aos Estados Unidos de ceder ajuda militar à nações cujos governos estejam imersos em um notável padrão de violações graves aos direitos humanos.
Uma das acusações partiu do Coronal Leónidas Torres Arias, após ser despedido de seu cargo de chefe de inteligência das forças armadas hondurenhas.
Em agosto de 1982, deu umas conferências de imprensa na Cidade do México sobre o Batalhão 316, “um esquadrão da morte que operava em Honduras e que estava dirigido pelo comandante-em-chefe das forças armadas, General Gustavo Álvarez”. Deu os nomes de três vítimas, entre elas Nelson Mackay.
Na Embaixada dos Estados Unidos em Tegucigalpa, os funcionários estadunidenses tiveram que afrontar as petições pessoais e escritas dos familiares dos desaparecidos.
O ex-congressista hondurenho, Efraín Díaz Arrivillaga, manifestou que ele havia falado várias vezes com funcionários dos Estados Unidos em Honduras, inclusive Negroponte, sobre os abusos dos militares.
“Sua atitude era tolerante e de guardar silêncio”, disse. “Necessitavam que Honduras cedesse seu território mais do que lhes preocupava que se estivesse matando a gente inocente”.
Negroponte, agora embaixador nas Filipinas, recusou reiterados pedidos feitos por telefone e por escrito, desde o mês de julho, para ser entrevistado acerca desse informe, incluindo, recentemente, uma carta entregue em mãos à Embaixada em Manila.
Obviamente, com o intuito de evitar as perguntas do Congresso, os funcionários dos Estados Unidos em Honduras ocultaram as provas das violações dos direitos humanos.
“Não há prisioneiros políticos em Honduras”, afirmava sobre Honduras o informe de 1983 de direitos humanos do Departamento de Estado.
Portanto a Embaixada estava a par de numerosos seqüestros de esquerdistas e haveria participado na liberação de duas proeminentes vítimas cuja abdução e tortura eram embaraçosas.
Era normal que não aparecessem exemplos específicos de brutalidade pelas mãos dos militares hondurenhos nos informes de direitos humanos, preparados pela Embaixada sob direta supervisão do Embaixador Negroponte.
Tais informes ao Congresso eram um requisito da Lei de Assistência Externa [Foreign Assistance Act], a qual, na maior parte dos casos, proíbe aos Estados Unidos de ceder ajuda militar à nações cujos governos estejam imersos em um notável padrão de violações graves aos direitos humanos.
Os vínculos de Negroponte com a CIA como agente são claros. E o que é a CIA? Termina dizendo o informa de Nizcor:
Criada em 1947, a CIA legou à cabo operações encubertas na América Latina desde o início. Em 1954, a CIA desenhou um golpe lançado a partir da vizinha Honduras que serviu para derrubar o Presidente guatemalteco Jacobo Arbenz Guzmán, e instalou um governo militar.
A CIA apoiou a derrubada do Presidente chileno Salvador Allende em 1973, e procedeu a lançar um programa encuberto para enaltecer a reputação do homem forte do Chile, o General Augusto Pinochet.
Funcionários estadunidenses admitiram que a CIA pagou ao ex-dirigente militar do Panamá, Manuel Antonio Noriegam mais de 160.000 dólares por seus serviços como fonte de inteligência.
Nos anos 80, a CIA expandiu suas atividades na América Latina. A agência treinou e financiou uma força paramilitar clandestina conhecida como a “contra” para atacar o Governo sandinista da Nicaragua.
Em El Salvador, o Coronel Nicolás Carranza, então à frente do Departamento de Tesouro da polícia, segundo dizem os informes, esteve na equipe da CIA durante os anos 80 na condição de informante. Carranza e a polícia do Tesouro têm sido vinculados aos esquadrões da morte salvadorenhos de extrema-direita.
Em uma de suas atuações mais controversas da guerra fria, a CIA orquestrou a invasão falida de Cuba, em Abril de 1961, mediante uma força de exilados cubanos”.
A CIA apoiou a derrubada do Presidente chileno Salvador Allende em 1973, e procedeu a lançar um programa encuberto para enaltecer a reputação do homem forte do Chile, o General Augusto Pinochet.
Funcionários estadunidenses admitiram que a CIA pagou ao ex-dirigente militar do Panamá, Manuel Antonio Noriegam mais de 160.000 dólares por seus serviços como fonte de inteligência.
Nos anos 80, a CIA expandiu suas atividades na América Latina. A agência treinou e financiou uma força paramilitar clandestina conhecida como a “contra” para atacar o Governo sandinista da Nicaragua.
Em El Salvador, o Coronel Nicolás Carranza, então à frente do Departamento de Tesouro da polícia, segundo dizem os informes, esteve na equipe da CIA durante os anos 80 na condição de informante. Carranza e a polícia do Tesouro têm sido vinculados aos esquadrões da morte salvadorenhos de extrema-direita.
Em uma de suas atuações mais controversas da guerra fria, a CIA orquestrou a invasão falida de Cuba, em Abril de 1961, mediante uma força de exilados cubanos”.
Esperamos o pior na reunião dos Chanceleres diante da OEA. Mas também temos uma ilusão, de que a dignidade latino-americana se imponha e o império e seus servos saiam derrotados.