"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


domingo, 19 de outubro de 2008

Chávez propõe o Banco do Sul contra a crise

O presidente venezuelano Hugo Chávez afirmou semana passada em Manaus, onde participou de uma reunião com seus colegas do Brasil, Bolívia e Equador, que deve-se ativar o Banco do Sul para fazer frente à crise financeira.

“Vamos conversar com o Lula sobre a crise, a melhor estratégia é a ofensiva, enquanto afunda o neoliberalismo, nós avançamos na unidade, e de maneira muito concreta no Banco do Sul”, declarou Chávez.

“Devemos fortalecer nossos bancos centrais, nossos fundos de investimento, avançar em convênios multilaterais” prosseguiu o mandatário no acesso ao Hotel Tropical de Manaus.

“Não podemos perder nem mais um dia na ativação do Banco do Sul, é uma proposta que a Venezuela vem fazendo há uma década e há um ano assinamos finalmente em Buenos Aires, mas por conta de assuntos burocráticos não foi ativado”.

“Ninguém sabe até onde vai chegar este crash, eu acredito que será pior que o de 1929, e quanto menos conectados estejamos com esse modelo de Bretton Woods, melhor estaremos Lula, Evo, Correa e Nestor e Cristina (Fernández)”, indicou.

Na reunião em Manaus o presidente Lula e o venezuelano Hugo Chávez criticaram os EUA e o sistema financeiro em crise, e reclamaram soluções para que esta não afete os países mais pobres.

“Não considero justo que agora que (os países em desenvolvimento) começamos a melhorar um pouco no século XXI, sejamos sacrificados porque o sistema financeiro internacional se converteu em um cassino no qual as pessoas apostavam em ganhar dinheiro fácil sem nenhuma responsabilidade”, denunciou o presidente brasileiro após a reunião.

O mandatário denunciou que este mesmo sistema financeiro que passou “as últimas três décadas nos dizendo o que deveríamos fazer”, não se aplicou a si mesmo.

Lula pediu que o governo, o Congresso e os empresários nos Estados Unidos “encontrem uma saída e não permitam que a disputa eleitoral (presidencial) atrapalhe as decisões econômicas que devem ser tomadas pelos Estados Unidos para que a crise não se aprofunde em outros países”.

Chávez, por sua vez, disse que a crise é culpa da “irresponsabilidade do governo dos Estados Unidos (...) o neoliberalismo selvagem, o capitalismo, o fundamentalismo do mercado”, ao mesmo tempo que que convocou a todos para que fortalecessem os mecanismos que fomentem a independência da região.

Chávez propôs ativar o Banco do Sul, um mecanismo de financiamento ao desenvolvimento regional criado no papel há quase um ano, mas que ainda não entrou em funcionamento.

“Devemos trazer nossas reservas internacionais, os recursos para investimentos, para que nós mesmos manejemos nosso Banco do Sul através de fundos de financiamento, de cooperação, para assegurar o desenvolvimento de nossos povos e definitivamente nos afastarmos do nefasto sistema neoliberal”, disse.

Lula e Chávez garantiram que não há “gabinete de crise” em seus países, mas que, pelo contrário, suas economias estão “sólidas”. Ainda assim, reconheceram que nenhum país está blindado ante a crise, que consideraram de imensas magnitudes e consequências.

O presidente da Bolívia Evo Morales expressou-se nos mesmos termos, ao afirmar aos jornalistas que “não é possível que os pobres tenham que pagar o preço da crise dos ricos”. E assegurou que “o capitalismo não é nenhuma solução para a humanidade”.

Após a reunião binacional entre Lula e Chávez, os presidentes da Bolívia e Equador se incorporaram a um almoço de trabalho.

À margem da crise, o tema que reuniu os quatro mandatários foi um dos grandes projetos de integração física regional, através de seu território amazônico: o eixo rodoviário e fluvial que deve unir o oceano Atlântico com o Pacífico, desde o porto equatoriano de Manta, até os brasileiros de Manaus e Belém, na Amazônia, e um corredor amazônico que permita conectar La Paz com Manaus e Caracas.

“Devemos ativar estes eixos”, disse Chávez.
Ainda ocorreram reuniões bilaterais do presidente brasileiro com cada um dos mandatários presentes. Entre o Brasil e Venezuela há um cronograma de reuniões trimestrais entre os dois países.