A Drummond: uma companhia mineradora do império que nos rouba sem vergonha
por Nicolás Correa
Núcleo Bolivariano José Carlos Mariátegui/Colombia
No dia 5 de Outubro de 2008 foi publicado na página 1-25 do diário oligarca El Tiempo uma entrevista que o famoso Yamid Amat fez ao coordenador de financiamento dos paramilitares do departamento de Cesar e La Guajira nos últimos anos por parte da transnacional gringa Drummond e seu presidente na Colômbia, Augusto Jiménez.
Na entrevista falou-se sobre o carvão, sobre o carvão colombiano para ser exatos, e de maneira descarada, com palavras sofisticadas e técnicas, o criminoso Jiménez explicou a terrível operação de saque que a Drummond montou no território nacional na cara do país, com a cumplicidade dos governos de turno, situação que tornou-se quase que um convite a que nos roubassem ainda mais por parte do governo Uribe com a sua “confiança dos investidores”, os subsídios ao capital e sua fé cega e estúpida, própria de qualquer neoliberal selvagem de meio pêlo no livre mercado, dentro desse sistema internacional de desigualdades sem par.
Localização do Saque
A Drummond tem no departamento de Cesar a mina La Loma, com uma extensão de quase 10 mil hectares, que ainda possui duas minas anexas que, somadas à mina El Descanso, de 40 mil hectares,que em breve será a maior mina a céu aberto do mundo, somam um total de mais de 2 bilhões de toneladas em reservas de carvão (2.000.000.000), sem contar as participações da Drummond no departamento de La Guajira. Deve-se levar em conta que, por alguma razão que desconhecemos mas podemos imaginar, o criminoso Jiménez não quis detalhar a fundo qual é a situação do roubo da Drummond em La Guajira, possivelmente um dos departamentos mais pobres e o que deveria receber a maior quantidade de regalias nesse negócio parasita que tantas transnacionais do carvão fizeram há muitos anos com o govereno oligarca e incapaz, que não esteve à altura do momento histórico que o obrigava a trabalhar na exploração estatal e sustentável de nossos recursos naturais.
O Roubo em cifras
Segundo o que disse o coordenador dessa empresa ladra gringa, o senhor Jiménez, atualmente a Drummond roruba por ano 70 milhões de toneladas de carvão colombiano, que é vendido no mercado internacional a mais de 100 dólares por tonelada. Os planos da empresa ladra é chegar em poucos anos a saquear mais de 100 milhões de toneladas anuais de carvão colombiano das minas anteriormente mencionadas, o que significa um roubo para a Colômbia sobre os 10 bilhões de dólares; como o descarado Jiménez disse, um terço das exportações colombianas e mais de 10 por cento do mercado internacional de carvão. Em outras palavras, se a exploração do carvão na Colômbia não fosse um roubo descarado de umas quantas transnacionais e, ao invés disso, fosse uma exploração de caráter estatal, onde até o último centavo dos lucros pertencessem ao povo colombiano, poderíamos ser comparados com a Venezuela de hoje em dia ou os países do Oriente Médio, que controlam suas incríveis reservas de petróleo através do governo e geralmente em prol do crescimento econômico do país e, como na Venezuela, cuidando da distribuição equitativa desses recursos, e assim não aconteceria o que acontece hoje, quando governo que se elegem período após período entregam os recursos naturais aos capitalistas transnacionais com um sorriso na cara.
Além de ladrões, EXPLORADORES!
Um dos motivos da entrevista que Yamid Amat realizou foi a finalização da greve de trabalhadores da Drummond que, além de uma reivindicação salarial, buscavam o manejo, por parte do sindicato, dos programas sociais da empresa, mas o criminoso Jiménez, sem hesitar, disse que para ele era inaceitável que o sindicato de trabalhadores da Drummond manejasse os programas sociais da empresa em suas zonas de influência. Quem, senão o sindicato, para trabalhar em prol do bem-estar social dos trabalhadores da empresa?
Jiménez ainda tentou justificar o absurdo das reivindicações salariais dos empregados, já que o salário mínimo de um empregado efetivo está em 2 milhões de pesos, mas o próprio Jiménez disse que na Drummond existem apenas 4.000 trabalhadores efetivos, enquanto existem 12.000 que são trabalhadores indiretos, o que significa que, para cada trabalhador que recebe o salário mínimo, na Drummond existem 3 que estão recebendo um salário miserável, o que é uma exploração descarada do povo colombiano. Além de nos roubarem, usam nosso próprio povo para o roubo. Nos exploram!
Os planos dos ladrões num futuro próximo
O descaradamento e a fanfarronice de Jiménez chegou a um ponto tal que ele explicou, a todos os leitores e leitoras consumidores de El Tiempo, uma nova fase do saque indiscriminado que a Drummond faz no território colombiano, graças ao qual já está quase terminando a construção de uma ferrovia de 190 quilômetros no Cesar, capaz de transportar mais de 100 milhões de toneladas de carvão anuais e que vai das minas mencionadas até um porto que a própria Drummond construirá junto a outras ladras de caráter transnacional com a capacidade de manejar mais de 80 milhões de toneladas de carvão por ano. Em outras palavras, como sempre aconteceu ao redor do mundo, a Drummond rouba nosso carvão e em pouco tempo terá montado toda a estrutura, assim como já está montada em El Cerrejón, para que esse carvão vá embora do país no menor tempo possível e assim vão embora quase 100% dos recursos que merecemos como povo dono e soberano de nosso território, mas com um governo vendido ao capital transnacional e sem nenhuma ética que o chame a defender nossos recursos naturais e dedicar-se a trabalhar em políticas de exploração sustentável por parte do Estado desses mesmos recursos, que terminam enriquecendo apenas a alguns gringos capitalistas transnacionais. Como se fosse pouco, a Drummond se prepara para apropriar-se do recente descobrimento de uma reserva de gás metano de mais de 2.3 trilhões de pés cúbicos (2.300.000.000.000), e é de se esperar que o Governo Uribe lhe conceda o caminho livre para o saque descarado que hoje faz apenas com que o carvão cause tristeza.
Ao mesmo tempo, todo este saque nos dá muita vontade para seguir trabalhando por uma Nova Colômbia, Grande e Socialista, já que uma problemática como esta demonstra ao Movimento Bolivariano pela Nova Colômbia que sua luta é justa e, sobretudo, necessária em meio a tantas violações aos direitos do povo colombiano como soberano de seu território e dono dos recursos que nele se encontram.
O texto encontra-se em ABP Notícias.