"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Informes sobre as Jornadas de resistência Agrária, Operária e Popular


Bloqueios no Cauca


Desde o último dia 11 de outubro iniciou-se as Jornadas de Resistência Agrária, Operária e Popular de outubro de 2008, com a marcha de mais de 6 mil pessoas, pertencentes a diversas organizações indígenas e camponesas do sudoeste colombiano.

A partir de terça-feira, desde as primeiras horas da manhã, iniciou-se o bloqueio da rodovia Panamericana no ponto “La Maria”, o qual se manteve até hoje, apesar da brutal arremetida por parte da força pública representada pelo ESMAD e o exército.

Nos enfrentamentos houveram muitos manifestantes feridos, e morreu o companheiro Mariano Morano Dizú, vítima dos tiros de fuzil na cabeça, atirados pela força pública. Diante disso, o comandante da polícia, Coronel Orlando Páez Barón, assegurou em entrevista à Rádio Caracol que estas medidas de repressão foram necessárias, porque os participantes na jornada estavam armados e, inclusive, como já é de costume nessas ocasiões, afirmou que o protesto foi impulsionado pelos insurgentes das FARC.

Diante das acusações, participantes desta jornada de resistência agrária, operária e popular fazem um chamado à todas as organizações de direitos humanos e à defensoria do povo para que se façam presentes acompanhando as organizações sociais.

O motivo destas jornadas

Ainda que sobrem razões para convocar estas jornadas, principalmente trata-se de uma luta para defender a terra e uma denúncia da ilegalidade do atual governo de encabeçado pelo presidente Álvaro Uribe Vélez, implicado em escândalos de parapolítica por conta de seus assessores e companheiros de bancada.

Igualmente, faz-se uma denúncia da perseguição a todas as organizações sociais que estejam em oposição com o atual governo, assim como a morte e desaparecimento dos líderes comunitários de diferentes setores sociais.

As exigências feitas nessa mobilização buscam fazer com que sejam cumpridos os acordos firmados anteriormente com o Governo Nacional, com os quais se busca liberar alguns prédios do departamento, que estão nas mãos de latifundiários, assim como a exigência de condições de vida digna e a suspensão de medidas econômicas que se somem ao empobrecimento do setor agrário no país.

Os participantes

Esta jornada de mobilização conta com a participação dos líderes indígenas e as organizações membros do Conselho Regional Indígena do Cauca – CRIC, a Associação de Caciques do Norte do Cauca – ACIN, o Movimento Sem-Terra “Netos de Manuel Quintin Lame”, a Organização Regional Indígena do Valle del Cauca – ORIVAC e a Associação de Caciques indígenas do Valle del Cauca – região pacífica, ACIVA.

Nota-se que estas jornadas têm tido o acompanhamento e apoio por parte do Processo de Unidade Popular do Sudoeste Colombiano –PUPSOC, das Associações Pro-Constituição de Zonas de Reserva Camponesa dos Municípios de Corinto, Miranda e Caloto e das Filiais à Federação Sindical unitária Agropecuária FENSUAGRO-CUT, entre outras.

A mobilização no Valle


À iniciativa desta jornada somaram-se grupos de indígenas e camponeses, que apóiam a jornada iniciada em “La Maria”, assim como a paralização dos cortes de cana nos engenhos açucareiros do Valle Del Cauca, que vêm resistindo há mais de um mês, buscando condições dignas de trabalho nos engenhos.

O artigo encontra-se em ABP Notícias.