"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Governo assume alguns de seus falsos-positivos

O descaramento do governo do narco-paramilitar Álvaro Uribe Vélez chegou a um ponto tal que, para dar um ar de "moralidade" e "respeito aos direitos humanos" enquanto a Alta Comissária dos Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, está de visita à Colômbia, o presidente ordenou o afastamento de três generais e 22 oficiais do exército colombiano por assassinatos extra-judiciais.


É uma tentativa de jogar mais uma cortina de fumaça e impedir que o mundo perceba quem é o verdadeiro culpado por todos esses crimes: o ilegal, imoral e inepto ocupante da Casa de Nariño, Álvaro Uribe Vélez.

Segue abaixo a reportagem de uma das grandes corporações de mídia que, finalmente, teve que informar (mesmo que superficialmente) o que realmente acontece no nosso país irmão.

"Álvaro Uribe ordena afastamento de dezenas de militares colombianos"
Correio Braziliense

O governo colombiano afastou de suas funções três generais e 22 oficiais e suboficiais por envolvimento em execuções extrajudiciais, um expurgo que acontece em plena visita ao país da Alta Comissária dos Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay.

O anúncio dessas demissões sem precedentes no exército, desde que o presidente Alvaro Uribe foi eleito em 2002, foi feito na manhã desta quarta-feira (29/10) pelo comandante do Estado Maior, Freddy Padilla de Leon, durante entrevista à imprensa da qual participaram também o ministro da Defesa, Juan Manuel Santos, e o presidente colombiano, Álvaro Uribe.

Uma investigação realizada a partir de 3 de outubro pelo exército "deixou claro que membros das forças armadas poderiam ter sido envolvidos nos assassinatos", anunciou o presidente.

"Em algumas instâncias do exército, houve negligência e falta de respeito aos procedimentos (...) permitindo que algumas pessoas pudessem estar envolvidas nos crimes", acrescentou.

O general Padilla leu uma lista compreendendo três generais, onze coronéis, três majores, um capitão, um tenente e seis suboficiais, todos demitidos de suas funções, como parte da enquete aberta pelo desaparecimento de 20 jovens dos bairros pobres do sul de Bogotá.

As autoridades destituíram o general da sétima divisão Roberto Pico Hernandez, o general de brigada José Joaquin Cortes, comandante da IIª divisão, e o general de brigada Paulino Coronado Gamez, da 30ª brigada - batalhões mobilizados nos nordeste do país.

Os jovens desaparecidos foram declarados mortos em combate nas fileiras da guerrilha no departamento Norte de Santander (nordeste), alguns dias após seu desaparecimento denunciado em Bogotá.

Essas "mortes em combate" pareceram pouco críveis a suas famílias, para quem eles não poderiam, no espaço de apenas alguns dias, se somarem às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), receber um treinameto e participar das operações.

Quando o escândalo explodiu, no final de setembro - após a descoberta de 19 corpos em fossas comuns no nordeste do país, em Ocana - alguns fizeram a ligação com a prática já denunciada de unidades do exército colombiano de executar civis para aumentar o número de guerilheiros mortos e obter, assim, recompensas.A prática foi amplamente denunciada por organizações de defesa dos direitos humanos, entre elas a Amnesty international, ontem.

Em 2007, segundo esta Ong, foram contabilizadas 330 execuções extrajudiciárias pelas forças da ordem, contra 220 em média em 2004-2006 e cerca de 100 em 2002.

O anúncio da destituição dos generais aconce num momento em que a Alta Comissária dos Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, visita a Colômbia. Ela chegou na noite de domingo e fica no país até sábado.

O caso da Colômbia será objeto de um exame específico pelo Conselho dos Direitos Humanos da ONU em dezembro. A situação colombiana dos direitos humanos destaca também um vento de contestação entre os parlamentares democratas do grande aliado americano, os Estados Unidos, cuja política em relação a Bogotá poderia radicalizar se o candidato democrata à presidência Barack Obama for eleito em novembro.