Córdoba: Uribe é responsável pelo caso de corrupção mais desintegrador
Piedad Córdoba manifestou que não somente solicitaria a ajuda do presidente venezuelano Hugo Chávez “porque acredito que ele está muito comprometido”, mas também porque considera que é parte de sua agenda humanitária rumo ao futuro e a paz na Colômbia.
Telesur
A senadora colombiana Piedad Córdoba, em entrevista exclusiva para o programa En Vivo desde el Sur nesta quarta-feira, manifestou que o enfrentamento entre os poderes é gerado pelo Presidente Álvaro Uribe e que representa o caso de corrupção “mais desintegrador”.
“É o caso de corrupção e política mais grave, profundo e desintegrador da moralidade dos últimos anos”, indicou a senadora, que ainda agregou que mais que a irrupção do paramilitarismo de alguns setores industriais, trata-se da “tomada total do Estado por parte deles, em uma atitude complacente”.
Para exemplificar, ressaltou o fato de que Guillermo León Valencia, irmão do ministro de Interior e Justiça, Fabio Valencia, encontre-se comprometido em escândalos que têm a ver com narco-paramilitares, “como por exemplo o fato de esconder provas, apagar antecedentes de alguns deles para obter favores particulares e materiais para consolidar-se no poder, pois é um fato absolutamente absurdo”.
Destacou que por ser o próprio ministro quem hoje debate o projeto de reforma da justiça que “de alguma maneira vai acabar favorecendo as condutas puníveis que seu irmão cometeu” que, inclusive, parece que vinculam um de seus filhos e que “acarretariam no afastamento do cargo de maneira imediata por esta razão”.
Apesar disso, o presidente Uribe foi à Assembléia das Nações Unidas e deixou o ministro no cargo de Presidente da República, aumentando as críticas e enviando uma péssima mensagem ao povo colombiano.
No que diz respeito ao tema do acordo humanitário, após a operação xeque, indicou que fala-se muito pouco dele já que não é mais do interesse do Governo colombiano, “o que se deu foi uma operação cinematográfica”.
Uma espécie de caixa de pandora que, cada vez que é aberta, vem à público “elementos que estavam escondidos e que demonstram que o interesse era fundamentalmente em algumas pessoas e não era o interesse, por si só, do que significa liberdade”, assegurou Córdoba.
Ainda assim, há possibilidade de “avançar, de diminuir esses obstáculos ou essas distâncias que são siderais na Colômbia entre os que têm muito e os que não têm nada”.
Assim como há a possibilidade de “acabar com 4 milhões de deslocados internos que não são migrantes precisamente, como disse um dos grandes assessores do Presidente, com 30 mil desaparecidos, 5 mil execuções extra-judiciais”, agregou a senadora colombiana.
Assegurou que ainda persiste na luta pelo acordo humanitário e que está “realmente” comprometida com a vida e a defesa dos direitos humanos na Colômbia, assim como com a busca por um país completamente diferente “que é possível, assim como foi alcançado em outras latitudes da América do Sul”.
Piedad pediu sim ajuda a Chávez
Piedad Córdoba manifestou que não somente solicitaria a ajuda do presidente venezuelano Hugo Chávez “porque acredito que ele está muito comprometido”, mas também porque considera que é parte de sua agenda humanitária rumo ao futuro e a paz na Colômbia.
Como em outras oportunidades, lembrou o “imenso agradecimento que o povo colombiano tem pelo povo venezuelano e o seu presidente”.
Também mencionou o “fato de que um grupo muito significativo de colombianos intelectuais, acadêmicos que enviaram uma carta às FARC para pautar um diálogo, epistolar com eles e realizar de alguma forma o intercâmbio humanitário”.
Córdoba agregou estar completamente segura de que “no momento em que os colombianos e as colombianas pedirmos esse apoio, vamos tê-lo, assim como teremos do presidente Rafael Correa, Evo Morales ou Cristina Fernández, em geral, dos países humanitários da América Latina”.