"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


segunda-feira, 30 de julho de 2007

As “estrelas” nos Carteis da Droga

Na Colômbia acontecem coisas inacreditáveis. Um narco-paramilitar é presidente. E as relações dos militares com os chefões do narcotráfico são de longa data. Gómez Barros, Rosso José Serrano, Oscar Naranjo, Castro e Mario Montoya. São apenas amostras destas relações impudicas, escreve Domínico Nadal.

409 kg de cocaína não são nada…


[Por Domínico Nadal, ANNCOL]


Na Colômbia acontecem as coisas mais inacreditáveis. E não é mentira. Mostrem-me um país onde se elege como presidente um reconhecido narcotraficante e paramilitar. Não acredito que existe algum. Mostrem-me um país onde os meios de comunicação passem as vinte e quatro horas do dia lançando elogios a esse narco-paramilitar presidente. Não existe, verdade?


Bem, agora vocês podem me mostrar um país em que os generais de alta patente recebam como prêmio pela sua fidelidade para com os gringos, poder enviar um carregamento de cocaína para os Estados Unidos…


Para relembrar


Desde a época do general Gómez Barros são conhecidos casos de generais relacionados com o narcotráfico. Rosso José, ‘Coca’ Naranjo e o general Castro são alguns casos.


Os generais e o narcotráfico.


É impossível desmentir as relações da cúpula das forças militares e da polícia com o narcotráfico. São o pão de cada dia e tem persistido em toda a história do narcotráfico na Colômbia, transformado pela oligarquia em narco-paramilitarismo.


No caso do general (da reserva) Gómez Barros, da polícia, é uma amostra de que esta relação vem de muitos anos.


Agora começa a vir à tona que o general Rosso José Serrano, na época comandante da Polícia e erigido por conta dos gringos em ‘o policial do mundo’, foi autor da liberação de Salvatore Mancuso e “Jorge 40” quando estes tinham sido detidos em La Guajira.


O irmão do general Oscar Naranjo, na ativa e diretor da Dijim, foi capturado este ano na Alemanha com um carregamento de cocaína e por isso condenado a mais de 5 anos de prisão naquele país europeu. Quando estourou o escândalo o presidente narco-paramilitar Álvaro Uribe Vélez deu declarações ‘apoiando o general Naranjo’.


O general Jorge Daniel Castro, na ativa e comandante da Polícia Nacional, foi acusado por um senador e vários ex-oficiais daquele órgão policial, de ter relações com o narcotráfico. Posteriormente, foi apreendido um carregamento de 409 kg de cocaína que pertenciam a Z1, o general Castro. Quando o escândalo estourou o presidente narco-paramilitar reafirmou seu apoio ao comandante da Polícia Nacional


Para relembrar


O contubérnio impudico das forças militares com o narcotráfico deu origem aos sinistros bandos dos narco-paramilitares.


As forças militares colombianas e o narco-paramilitarismo


Muitos oficiais das Forças Militares e da Polícia (Força Pública) mantêm relações com os narcotraficantes ou narco-paramilitares. Quando na época da bonança maconheira, um dos setores que mais lucrou com este negócio criminoso foi justamente o oficialato.


Na Costa Atlântica é sabido que os comandantes de vários batalhões da 2ª Brigada, da I Divisão do Exército, mantinham – e ainda mantêm – relações de amizade com reconhecidos chefões do narcotráfico e do narco-paramilitarismo, e que recebiam – e ainda recebem – suculentas propinas por essa amizade. Por exemplo, segundo uma das minhas fontes, em Barranquilla sabe-se que um famoso narcotraficante conhecido como “O Caracol” – Alberto Orlandez Gamboa – esbofeteou o comandante da 2ª Brigada porque este tinha ordenado uma operação de resgate de um irmão de Orladez que estava retido pelas FARC, a qual teve como resultado a sua morte pelo exército. Na ocasião Orlandez teria dito que “eu não o pago para isto”.


Também foram denunciados casos como o de Santa Marta em que os próprios agentes da Polícia Nacional carregavam as embarcações que levariam a droga para portos dos Estados Unidos.


Existem casos nos quais se tem descoberto estas impudicas relações. Citamos só dois: em Guaitarilla (19 de Março de 2004, sete agentes do Gaula e cinco civis) e Jamundi (onze integrantes da Unidade de Elite Antinarcóticos e um ‘civil’). Em ambos os casos membros de uma força atiraram contra a outra pela posse da droga (Guaitarilla) e por proteger a um reconhecido chefão do narco-paramilitarismo (Jamundi).


O general Mario Montoya é conhecido pelas suas ralações com os chefões narco-paramilitares. A ‘operação Orion’ foi acelerada por ele para assentar os bandos narco-paramilitares nas comunas de Medellín e quando foi denunciado na mídia gringa, os narco-paramilitares organizaram uma manifestação de ‘desagravo’. Montoya continua no seu posto apoiado pelo presidente narco-paramilitar Álvaro Uribe Vélez.


Relações impudicas


As relações das Forças Militares com o narcotráfico são impudicas. A cúpula militar – a mando da oligarquia e do império norte-americano – realizou o que é chamado ‘o contubérnio impudico’ com os bandos de narcotraficantes e que deram origem aos sinistros bandos de assassinos que nós colombianos conhecemos como narco-paramilitares.


Isto é uma amostra que a oligarquia e a cúpula das forças militares carecem de valores morais e princípios éticos. São capazes de se aliar com o assassino mais sanguinário para continuar no poder e, está claro, os narco-paramilitares tem-lhes produzido milhões de dólares que sanearam seus bolsos e os da maltratada economia colombiana.


Este negócio é tão lucrativo que o próprio chefão narco-paramilitar Salvatore Mancuso dize que o vice-presidente colombiano, Francisco Santos, queria ter o seu próprio frente paramilitar em Bogotá. Só faltou afirmar se o presidente narco-paramilitar tem o seu próprio grupo já o grupo do seu irmão Santiago, “Os Doze Apóstolos” é conhecido por todos.


O povo colombiano conhece toda esta sujeira e por isso está lutando para construir a Nova Colômbia em paz, com justiça social, independência, liberdade e soberania nacional.



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