"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


sábado, 21 de julho de 2007

O Estado é o culpado afirmou-se na marcha

Crônica da correspondente da ANNCOL na Colômbia, Monika Loaiza. Ainda que tenha sido uma marcha promovida e organizada pelo Estado para promover a defesa da segurança democrática uribista não foi possível aplacar as vozes de protesto contra o terrorismo estatal que se manifestaram copiosamente em Cali e Bogotá. As manobras do neo uribista Angelino Garzón. Em Bogotá, policiais uniformizados e ativos, agrediram ex-policiais e familiares de policiais e militares retidos pela insurgência que exigiam intercâmbio humanitário. Em Cali a agressiva e forçada intervenção não solicitada do uribista conservador Holguín Sardí foi rechaçada pelos participantes que se solidarizavam com a menina Charry.


Esta é a Segurança Democrática de Alvaraco!


[Por Mónika Loaiza/ANNCOL]


Ainda que tenha sido uma marcha promovida e organizada pelo Estado para promover a defesa da segurança democrática uribista não foi possível aplacar as vozes de protesto contra o terrorismo estatal que se manifestaram copiosamente em Cali e Bogotá.


O que o Estado e o regime político uribista e os neo uribistas, que estão em disputa na direita, organizaram contra o intercâmbio humanitário fracassou, pois a palavra de ordem central era a favor do intercâmbio humanitário, pela paz e a convivência e contra a guerra.


A marcha, apesar de ter sido convocada pela institucionalidade não foi homogênea, ela foi complexa e contraditória, como é a luta entre aqueles que defendem o intercâmbio humanitário, e o uribismo que promove a guerra e o resgate militar na contramão de toda a normatividade humanitária.


Em Cali ocorreu o mais inusitado, o Ministro do Interior e da Justiça, o ultra conservador Holguín Sardí, ao invés de acompanhar o duelo da filha de Carlos Alberto Charry ex-deputado morto no resgate militar realizado em conjunto entre paracos uribistas, o exército uribista e mercenários igualmente uribistas e bushistas, repreendeu-a grosseiramente pelos autofalantes que Alngelino Garzón havia organizado, indicando-lhe que não tinha direito de exigir do governo do qual ele faz parte a responsabilidade que lhe atribuiu por ação e por omissão no caso da morte dos 11 deputados; Holguín Sardí ofuscado repreendeu a filha do ex-deputado Charry, colocando-a quase como culpada da morte de seu pai, e colocou-lhe uma lápide quando quase a chamou de ajudante da insurgência.


A agressiva e forçada intervenção não solicitada do Uribista Conservador Holguín Sardí foi rechaçada pelos participantes que se solidarizavam com a menina Charry.


Neste mesmo incidente é de ressaltar o que o neo uribista Angelino Garzón manobrou para que não se cumprisse a Agenda e a Ordem do dia das intervenções dos oradores seguintes a já muito conhecida alocução da filha do ex-deputado Charry.


Na ordem do dia seguiam as intervenções do mesmo neo uribista, Angelino Garzón e da senhora viúva do ex-deputado Juan Carlos Narváez, a doutora Fabíola Perdomo, que em sua sabedoria certamente afirmaria a responsabilidade do Estado e de Uribe Vélez pela ação, ao promover o resgate militar não solicitado, e por omissão ao negar-se ao Intercâmbio Humanitário.


O neo uribista Angelino Garzón ordenou à sua secretaria de Imprensa e Comunicações do Governo que suspendesse a ordem do dia, sacrificando sua intervenção para não ser vaiado e para que a viúva do ex-deputado Narváez não pudesse intervir, e "lhes estragasse o ato" como dizia ele e seus copartidários na tribuna, atitude amplamente criticada pela imprensa e programas independentes de opinião da cidade de Cali e do departamento que denunciam o neo uribista Garzón demagogo dos microcréditos uribistas na região.


A marcha só foi convocada pelo uribismo e rechaçada pelo seu caráter unilateral e guerrista por diferentes organizações de direitos humanos, sindicais e populares como o Sutev, CPDH-Valle, o mesmo Pólo do Valle, a Cut do Valle.


Esta cronista, apesar da origem da convocatória, certifica que apreciou nela a polarização entre o uribismo guerrista confrontado aos setores democráticos que continuam promovendo o Intercâmbio Humanitário.


Em Bogotá policias uniformizados e ativos agrediram ex-policiais e familiares de policiais e militares retidos pela insurgência que exigiam intercâmbio humanitário e exibiam as palavras expressas num vídeo de provas de sobrevivência conhecidas na televisão colombiana entregue anteriormente por uma agência internacional de imprensa de nome árabe porém sediada no ocidente.


Enquanto estas marchas ocorriam o professor Moncayo percorria o centro do Valle de Cauca em direção a Bogotá exigindo que se concretize o Intercambio Humanitário, da mesma maneira o Monsenhor Castro exigia o mesmo, as organizações de direitos humanos coincidiam contra os resgates a sangue e fogo que são a pena de morte decretada pelo Estado àqueles que são vitimas destas retenções e que solicitam também o Intercâmbio Humanitário.

Ao nível internacional são conhecidas as Declarações de Genebra, de Washington, de Londres pelo intercâmbio humanitário e pela criação das condições para a entrega dos cadáveres dos 11 deputados, dos países amigos que pedem uma Comissão de Pesquisa no marco do Protocolo, I adicional ao da Convenção de Genebra, de Parlamentares de vários países europeus e norte-americanos, a favor do Intercâmbio Humanitário.


Enquanto tudo isto acontece Uribe Vélez grita, pois já não fala como seminarista, grita chamando à guerra, ao resgate militar a sangue e fogo, grita criticando as gestões humanitárias de nacionais e estrangeiros que só pedem a paz e o intercâmbio humanitário; grita, grita e grita, pois já não governa politicamente, ou seja, já não convence, já não persuade politicamente, acode à força demonstrando sua debilidade e incapacidade de estadista que, ao não conseguir convencer politicamente utiliza a força e a agressão ainda que cause danos ao país, e continue perdendo credibilidade.



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