"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


segunda-feira, 23 de julho de 2007

Bolívar sempre presente: 20 de julho, dia de resistência


[Johnson Bastidas]


A história da Colômbia deve ser escrita de novo ou reescrita. Sempre nos mostraram um Bolívar militar, seus feitos podíamos ler nos livros do primário, batalhas e mais batalhas em prol da liberdade, mas ainda existe um Bolívar desconhecido, é o Bolívar humanista, internacionalista e sobretudo o Bolívar anti-imperialista.


É à esse Bolívar que homenageamos hoje. Desde tempos imemoriais as pátrias bolivarianas tiveram que suportar as investidas às escuras das potências européias e dos EUA. Seus destinos têm dependido dos que foram feitos seus filhos para defendê-la, ou do silêncio cúmplice de certos Latino-americanos que, cegos diante dos impérios começaram a pensar como eles, e defendem os interesses estrangeiros, para logo receber as migalhas do grande saque. Bolívar se opôs à isso e defendeu com decoro a soberania do solo latino-americano. Hoje vemos como certas elites crioulas se vendem por um prato de lentilhas, por uma visão ou simplesmente por lacaios. O TLC hoje nos dá um exemplo de como certas elites crioulas se esforçam para acabar com o campo colombiano, para comprar produtos que podemos produzir, para deixar desamparados nossos trabalhadores. Têm sido tão profunda sua traição à pátria que senadores estadunidenses têm tido que sair em defesa dos trabalhadores colombianos.


Em contrapartida, a dignidade de nossos irmãos da República Bolivariana de Venezuela que têm defendido com decoro sua soberania, como o fez Bolívar, com a espada desembainhada diante do tirano. A última intervenção do chanceler venezuelano Nicolas Maduro na seção da OEA que com que Condolezza Rice abandonasse o recinto, -ela, acostumada como está a ser recebida como rainha pelos Santos, pelos Uribes e os vende-pátrias colombianos- não resistiu à dignidade do chanceler venezuelano.


E desde tempos imemoriais, desde que Bolívar sonhou a Pátria Grande, os conspiradores sempre estiveram aí, Os Carmona Estanga, os Ujan Manuel Santos, herdeiros dos traidores de Bolívar, sempre estiveram aí, na surdina, são os Santanderistas que a História oficial apresentou como heróis, quando na realidade não são nem refresco nem limonada. Nunca eles pertenceram ao povo.


Bolívar acreditou sempre no povo, por isso não aceitou que existissem reis com poderes divinos surgidos do nada, a soberania emana do povo e é o povo quem manda. O povo é portador de seu destino, e a legitimidade do poder está ligada à noção de cidadania. Mas não a cidadania de papel como aquela que temos hoje na Colômbia, onde todos somos iguais perante a lei, mas a justiça não existe para os pobres. Os cárceres colombianos estão hoje cheios de pobres, que não tiveram como pagar um advogado. Os de colarinho branco, em contrapartida, estão no parlamento colombiano, nas altas rodas, e esses possuem licença para matar e massacrar à ponta de moto-serra, e que hoje contam com a impunidade do governo Uribista e inclusive muitos serão candidatos para as próximas eleições.


Bolívar sempre foi conseqüente com a vontade do povo, por isso se indignou diante da tirania e não somente se indignou, mas teve a coragem de lutar contra ela. Não podemos esquecer que a Declaração Universal dos Direitos Humanos contempla o direito à resistência contra a tirania.


Bolívar, indignado contra a tirania impulsionou leis que tornaram-se patrimônio da História: A abolição do pagamento de impostos pelos indígenas (Lei de 20 de maio de 1810), a igreja tinha nesse imposto, a principal fonte de financiamento. Por isso a resposta desta instituição, sempre ligada ao poder, foi a excomunhão de Bolívar pelos bispos de Santa Fé de Bogotá, Caracas, Popayán, entre outros. Se Bolívar vivesse hoje, levaria a Justiça à todos esses pedófilos que andam soltos e todos os que benzem o Dinheiro de narcotraficantes e paramilitares.


Quero contar-lhes uma anedota histórica que ilustra isso, a quinta-feira santa, 26 de março de 1812 se produziu um terrível terremoto que quase destruiu Caracas, ali morreram mais de 10.000 pessoas em la Guairá, San Felipe, Barquisimeto e Mérida (Herrera 2001: 585), estas cidades eram Bolivarianas. O padre do povoado, aproveitando-se do medo, culpou os Bolivarianos, dizendo que o terremoto era castigo de Deus porque os seguidores de Bolívar haviam se esquecido de Deus ao levantarem armas contra o Rei Fernando VII. Ou seja, se não nos opusermos à tirania somos bons filhos de Deus, Pobres de Colômbia, resignados diante da pobreza, que o reino dos céus se distribuem melhor o PIB, não se paga impostos e todos tempos direitos à educação pública.


A dignidade de Bolívar era imensa, se opôs à escravidão e por isso a aboliu no dia 21 de julho de 1821, diferente do que ocorreu em outros países, como o Brasil, onde as elites locais a mantiveram até 1888. Aboliu a constituição de CUCUTA com o (Decreto 27 de agosto de 1828) pois esta concebia o direito de eleger e ser reeleito ligado à propriedade. Com o decreto de 15 de outubro de 1828 Bolívar realizou a devolução das terras aos indígenas, usurpados pelo colonizador e pelas elites desse momento. Pode se dizer que foi a primeira reforma agrária da qual temos notícia, essa mesma reforma agrária que as burguesias proprietárias de terra na Venezuela e Colômbia sempre se negaram a fazer. É urgente a aplicação da lei de terras na Venezuela, e é urgente que na Colômbia, o povo vá às ruas exigindo a reforma agrária, para que nossos camponeses não abandonem o campo e vão engrossar os cordões de miseráveis nas grandes cidades. Hoje na Colômbia temos a desonrosa honra de ser um dos países com mais desabrigados no mundo, cidadãos sem cidadania, estrangeiros em sem próprio solo. E para fechar o quadro com chave de ouro, os produtores de pão começam a importar o trigo, enquanto nossos solos se enchem de óleo de palma e mega-projetos das multinacionais.


Bolívar nacionalizou as minas (Decreto 24 de outubro de 1829, e haveria nacionalizado HOJE o Petróleo, acreditamos que Bolívar teria se oposto à privatização da ECOPETROL, e temos a certeza que ele estaria aplaudindo Evo Morales e Hugo Chávez porque expulsaram as multinacionais, para utilizar o petróleo como deve ser feito, ou seja, para que o povo possa ver traduzido SUA riqueza em educação, saúde, serviços públicos.


Nós cidadãos comuns e correntes estamos convocados a redescobrir Bolívar, e seguir seu exemplo, pois como disse este a Paez em seu momento “O impossível é que nós temos que fazer, porque do possível os demais se encarregam todos os dias!”


Façamos o impossível, semeando espaços de unidade e transmitindo o legado do Libertador à novas gerações de latino americanos, não deixemos que os lacaios latino americanos se apropriem de Bolívar, taxando-o de um herói sem povo. Estamos cansados desses heróis de cartilha. Para recuperar a verdadeira essência de cidadania temos que apropriar-nos do pensamento Bolivariano, pois como reza um grito nas ruas “em Bolívar nos encontramos todos”.



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