"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

Este material pode ser reproduzido livremente, desde que citada a fonte.

A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


quinta-feira, 12 de julho de 2007

Uribe paraco o povo está zangado!

O povo colombiano tem memória e jamais assistiu nenhuma manifestação organizada pelo governo e a igreja contra os mil e um massacres dos paramilitares. O massacre de Maripipán, não fez valer nenhuma mobilização, nem durante 2003 quando houve mil 440 vítimas em 317 massacres, nenhuma manifestação, agora o governo pretende apropriar-se das ruas, as ruas são do povo e não de seus verdugos.


Uribe, assassino da motosserra!


[Johny Silva/William Ortiz/Colaboradores ANNCOL]


Em uma entrevista pelo rádio, na qual Félix Bedout fez-se mais de inquisidor do que de jornalista, empenhou-se em arrancar uma declaração sobre a qualificação das FARC-EP como terroristas. A operação fracassou, o intelectual mencionado foi claro e contundente: Não, não são terroristas, têm uma guerra contra um Estado repressor e têm um projeto político, por isso não são terroristas, além do mais, acrescentou – o governo suíço não os considera terroristas.


Outro papagaio do regime, Poncho Rentaría saiu com a mesma, e ainda sabendo que o intelectual mencionado é professor de uma universidade suíça, o papagaio descarado encontrou-o tomando vinho vermelho em Paris no bairro Saint Germain. A dimensão geográfica de Poncho é elementar e contrasta com sua língua solta de solteirona bogotona.


Estes comportamentos dos jornalistas colombianos, inscrevem-se na situação trabalhista dos comunicadores sociais na Colômbia, muitos deles para acrescentar uns trocos a sua holerite vendem publicidade em seus espaços livres pois seu salário é miserável. Além do mais com a dimensão da guerra na Colômbia, estes trabalham mais de 48 horas semanais, algumas vezes até 60 horas. A notícia se confunde com as relações públicas e para obter uma boa publicidade, leia-se uma boa comissão – por exemplo, não se pode falar dos efeitos nocivos do álcool pois se perdem as boas relações com a Bavária. E assim sucessivamente. Jornalista que fale mal do vice-presidente e do Ministro de Defesa, ou da família Santos ficará sem emprego.


Se prestarmos atenção, a maioria destes comunicadores tem um vocabulário bem militarista, pois têm freqüentado os cursos de repórteres de guerra das brigadas militares, estes comunicadores recebem a escola do denominado Departamento V de comunicações do exército. Ali aprendem que guerrilheiro morto em combate é um terrorista dado de baixa, e que quando um militar morre em combate, é massacrado pela guerrilha. Os sofismas próprios do ofício.


Félix perdeu a compostura diante do intelectual europeu que sabia bem do que falava. O comunicador Félix, defendia o regime com capa e espada, isso no contexto da flexibilização e precariedade no trabalho é compreensível. Félix defendeu sua colher, porém, a que preço, nesta dinâmica da informação, a verdade é a primeira vítima. Com tanto jornalista dirigindo táxi, entendemos a angústia do comunicador. Mas, Poncho tem outros motivos, 'física inveja' chama-se é o síndrome enviado com o atual embaixador na África do Sul Carlos Moreno de Caro, pois não se explica como não tem sido escolhido pela chancelaria para ser embaixador em algum país exótico. É uma louca com ambições.


Félix pediu uma resposta do por quê o Estado colombiano é terrorista, e nós não responderemos, senão o professor canadense Derriennic da universidade de Quebéc quem define terrorismo como "Terrorista é toda ação violenta contra um inimigo, não contra seus meios de ação para neutralizá-lo ou destruí-lo, senão produzindo um efeito de terror que tem como objetivo a vontade do outro, para conduzi-lo a renunciar à luta". (2001:173), por isso o terrorismo de Estado dirige-se contra a população civil, para amedrontá-la, para assustá-la. A lógica é macabra meu querido Félix. O regime que você e a imprensa defendem é um regime baseado no terror da motosserra e a violação sistemática dos DDHH.


Ao contrário de vocês, nós os jornalistas independentes, que mantemos distância diante do regime, preferimos escrever para a ANNCOL, onde não nos pagam um tostão, onde não nos censuram, onde se diz a verdade que dói ao regime. Aqui não temos outro compromisso que não seja com nossa própria consciência, com o povo da Colômbia e com a Colômbia Bolivariana que sonhamos.


Hoje, quando acessamos a versão eletrônica do Tiempo lemos "rompem as cadeias", pensamos ingenuamente que o Editor do Tiempo havia enlouquecido contra o regime, porém não, é a convocação para a manifestação programada pelo governo, cremos no grito que se ouvirá mais forte será aquele sobre o intercâmbio humanitário e a solução política para o conflito e não o grito que os porta-vozes do regime pretendem escutar. Também escutaremos:


Uribe paraco o povo está zangado!


O povo colombiano tem memória e jamais assistiu a nenhuma manifestação organizada pelo governo e a igreja contra os mil e um massacres dos paramilitares. O massacre de Maripipan, não fez valer nenhuma mobilização, nem durante 2003 quando houve mil 440 vítimas em 317 massacres, nenhuma manifestação, agora o governo pretende apropriar-se das ruas, as ruas são do povo e não de seus verdugos.


Uribe paraco o povo está zangado!


Finalmente, senhor Félix de Bedout, o Estado colombiano desenvolveu o projeto paramilitar para estabelecer o rol de aplicação de terror da motosserra, deslocar, fortalecer os caciques locais, e essencialmente privar a Colômbia de várias gerações de homens e mulheres que se opuseram ao regime. Pensando na pergunta do jornalista mencionado, anexamos algumas razões de porque este regime é terrorista, a lista não é exaustiva, foi preparada pelos nossos colegas Oscar Salas e Julián Hurtado.


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557 razões para considerar o regime colombiano como terrorista.
557 razões para exigir a renúncia do regime paramilitar.
557 razões para tomarmos as ruas.


557. Com mais de sete milhões de votos, comprados com grana do erário público uns e a ponta de motosserras paramilitares outros, leia-se massacres, deslocamentos forçados, entre outras práticas da guerra suja - foi eleito o presidente paramilitar Álvaro Uribe Vélez


556. Genocídio da União Patriótica, mais de cinco mil assassinatos de membros e simpatizantes deste partido foram eliminados do panorama político colombiano para evitar as criticas ao pensamento único do regime paramilitar.


555. Depois do Sudão somos o segundo país em deslocamento forçado, ou seja, no qual uma população importante de colombianos sente-se estrangeiros em seu próprio solo, deslocamento que tem sido parte integrante do modelo de desenvolvimento do regime colombiano, pois esta expulsão massiva do campo para a cidade, infla o mercado de trabalho e deixa o caminho –para fluirem os macroprojetos do capital estrangeiro e agora com os agro-carburantes. Da agricultura diversificada a mono-agricultura para servir aos interesses externos enquanto começamos a importar alimentos parece ser a condenação para o povo colombiano. O tecido social tem sido desmembrado para evitar toda resposta coletiva ao fascismo do regime. (Durante o primeiro semestre de 2006 112.099 pessoas foram deslocadas de 463 municípios).


554. A cada ano morrem mais de 80 dirigentes sindicais e populares que sucumbem à intolerância do regime.


553. A cada três dias desaparece uma pessoa na Colômbia por razões políticas.


552. O diretor do Das, órgão de inteligência mais importante do Estado, cujo diretor é eleito pelo presidente da república, elabora listas de opositores políticos para ser posteriormente assassinados pelos paramilitares.


552. O regime colombiano é o único no mundo que assassinou mediante uma aliança espúria entre paramilitares, militares e mafiosos, quatro candidatos presidenciais em um único período eleitoral (administração Barco 1986-1990) Jaime Pardo Leal (1987), Luis Carlos Galán (1989), Carlos Pizarro (1990), Bernardo Jaramillo (1990).


551. O regime colombiano é o único que assassinou um de seus próprios defensores, Álvaro Gómez Hurtado, demonstrando com este crime que sua intolerância não tem limites, pois assassina até mesmo os defensores do regime.


550. O regime colombiano é o campeão das violações à convenção coletiva do trabalho e à violação sistemática dos direitos do trabalho.


549. Este regime está comprometido com as mais de 15. 432 vítimas de execuções sumárias/extrajudiciais, ou desaparecimentos forçados.

548. Este regime permitiu que entre julho de 1996 e junho de 2002 fossem incrementadas em 73% as violações ao direito à vida, todas elas cometidas pela força pública.

547. Este regime é terrorista pela militarização da sociedade colombiana, durante o último quatriênio uribista incrementou-se o pessoal militar: de 124.000 passamos a 170.000 soldados, o que se traduz em sete brigadas móveis mais, seis batalhões de alta montanha, e duas novas divisões da Sexta e Sétima, pois recordemos de HWR chamou os paramilitares a V divisão do exército. Sem contar o milhão de arapongas e informantes – leia-se paramilitares reciclados.


546. Este regime é terrorista pois conserva a jurisdição militar, o foro militar que é a fonte de toda a impunidade em massacres e todo o tipo de delitos cometidos por militares.


454. O regime colombiano é terrorista, pois participou ativamente na paramilitarização da vida nacional, prática que permeou todas as instituições e depois deu-lhe uma lei de impunidade.


544. Este regime terrorista é construído sobre o nepotismo de umas tantas famílias que controlam a nação. Por exemplo: a família SANTOS, que controla 78% dos meios de comunicação, onde a verdade está mutilada, esta família tem o vice-presidente Francisco Santos, e o ministro de defesa Juan M. Santos. Ambos com fortes laços paramilitares.


543. Álvaro Uribe Vélez é terrorista pois atreveu-se a celebrar um ato de desagravo ao General Rito Alejo del Rio, paramilitar de carreira, autor material e intelectual de muitos massacres.


E por questões de espaço e tempo não relatamos as 542 outras razões pelas quais consideramos o regime colombiano como terrorista, porém estamos conscientes de que o povo colombiano e a comunidade internacional conhece-as de sobra. O povo colombiano e a comunidade internacional porque milhares desses deslocamentos disseminados pelo mundo têm chegado a suas fronteiras para escapar ao terrorismo de Estado.


Por estas e outras razões, exigimos nas ruas a queda do regime, convencidos de que a resistência abrirá caminho construindo a nova Colômbia. Nós temos a palavra.


Oscar Salas/Julián Hurtado


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