"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

Este material pode ser reproduzido livremente, desde que citada a fonte.

A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


quinta-feira, 26 de julho de 2007

O Estado lhe cobrou sua militância na JUCO

Federico Valero, durante 38 meses, esteve recluso no cárcere La Picota acusado do delito de rebelião, com base em declarações de “reinseridos” da guerrilha que afirmaram que tinha contatos com eles. Por seu acionar político na Juventude Comunista, foi deslocado em duas oportunidades, de Córdoba a La Guajira e dali a Bogotá, em 1999.

Os jovens, pela mudança...


[Por Juan Carlos Hurtado Fonseca, VOZ]


Mais de três anos preso de preso


Federico Valero, durante 38 meses, esteve recluso no cárcere La Picota acusado do delito de rebelião, com base em declarações de “reinseridos” da guerrilha que afirmaram que tinha contatos com eles. Por seu acionar político na Juventude Comunista, foi deslocado em duas oportunidades, de Córdoba a La Guajira e dali a Bogotá, em 1999.


Denuncia que os que o acusaram eram pessoas acolhidas ao plano de reinserção, que, para receber mais benefícios, tinham que acusar pessoas e o fizeram com ao redor de 25 dos municípios de Riohacha e Maicao. Saiu com liberdade condicional depois de haver pagado 51 meses, ademais, num período de prova. Falou com VOZ [http://www.geocities.com/vozxcol/bogotá.htm] sobre sua experiência.


Como transcorreu esse tempo no cárcere?


- O cárcere é uma mudança dura não somente para uma pessoa, senão que para a família. Porém, para os revolucionários, Mariátegui nos disse e nos ensinou: é um acidente de trabalho, e há que assumi-lo. E, se sabemos assumir o cárcere, é uma experiência formadora, educativa, que permite à pessoa crescer não só como militante como também como pessoa, creio que, assim, o assumi e foi o grande desafio que me coloquei quando cheguei a La Picota. Hoje, saio com mais compromisso com este projeto político.


- A aquisição de mais compromisso tem que ver com a injustiça que se cometeu contra você?


- Creio que os revolucionários estamos expostos a todas estas coisas e sabemos que temos um inimigo muito grande que é o Estado e a burguesia colombiana. Sabemos que farão tudo o que possam para não deixar-nos chegar a governar. O cárcere é o mais barato que pode sacar um revolucionário. É o menos que lhe pode passar. Porque, quantos nesta luta caíram lutando por uma mudança social?


Creio que temos um problema de fundo e é a política criminal e a ditadura que há no sistema judiciário colombiano. Ao cidadão lhe toca enfrentar-se sozinho contra esse monstro que se chama a Procuradoria, os juízes e os juízes de execução de penas. Porém, o problema principal é o da política criminal, porque não pode seguir-se crendo que, com elevar penas, vamos solucionar o problema econômico e político que tem o país. Um exemplo é o que acabam de aprovar, para furtos menores, quase oito anos de cárcere. O cárcere não constrói, não reforma, o cárcere destrói, muita gente chega boa e sai má, e o que entra mau sai muito mais mau. Lá, não há processos ressocializadores, não está concebida para dar-lhe outra oportunidade ao homem, para que seja útil à sociedade. E mais, lá se vê muita droga e delitos dentro da própria prisão.


- Como era um dia seu no cárcere?


- Pois, eu consegui entrar a trabalhar ensinando-lhes a outros presos, o que é bastante fortificante. Estive preparando-os para que validassem o primário e o secundário. É algo muito importante que fiz nestes anos. Porém, principalmente, me refugiei muito na literatura. Li muito na prisão. Foi um espaço que me permitiu voar para sair dessas quatro paredes.


- Como fazia o acompanhamento do acontecer político nacional?


- Essencialmente através de VOZ, porque esse é o alimento para os revolucionários. Ademais, seguíamos as notícias, tínhamos opiniões. Tínhamos grupos de estudo, de discussão política e, em muitas ocasiões, nos pronunciamos em processos como o da libertação de supostos guerrilheiros por parte de Uribe. Nós sabemos que não houve nenhum gesto de boa vontade, porque sei que os que saíram não eram guerrilheiros, são pessoas que estão acusadas do delito de rebelião só pelo fato de viver em zonas de conflito.


- Qual será seu futuro político?


- Ainda que existam muitas dificuldades com respeito à segurança, trabalharei no Partido Comunista. Faz 19 anos que me matriculei nele e o que me passou reafirma meu compromisso político, porque nunca, nem sequer nos momentos mais duros que passei no cárcere, me arrependi de haver chegado a este partido. É uma das coisas mais importantes que passou em minha vida e seguirá sendo.


Enlace original