Os trágicos efeitos da mentira oficial
As FARC a espera de resposta oficial para a entrega dos corpos dos deputados!
[Melquizedec Torremolinos/ANNCOL]
Não termina o assombro pelo desenlace fatal de 11 dos detidos pela Insurgência. O ataque ao acampamento onde se encontravam foi obra de um grupo armado, não identificado, que trouxe consigo a morte dos 11 ex-deputados de El Valle, por fogo cruzado. Porém, do outro lado está a versão do “Eu Não Fui”. Ao argumentar oficialmente, o governo do Mini-Führer, que não se deu uma operação militar, aplica várias opções ante o constante assédio e intenção de resgatar a sangue e fogo os detidos, em cumprimento às repetitivas e esquizofrênicas ordens do Narco-Para-Presidente. Uma: negar a autoria da tentativa de resgate ante o seu fracasso.
O conhecimento de tal operação é de prerrogativa exclusiva do presidente e sobretudo um alto colaborador seu. Obedece a uma ação encoberta com a participação de um Comando estrangeiro, super-especializado, que pelo caráter extremamente delicado e pelos efeitos contra a Soberania Nacional, para quem maneja o país com um estilo mafioso de dono de fazenda de gado, será um “segredo de estado” que guardará rigorosamente; sem saber que lhe apareça algum “Garcia” que revele tudo, ou talvez por algum deslize de sua clássica verborréia boquirrota ele mesmo se delate. Dois: o macabro argumento oficial dá resultado; motivo pelo qual o seguirá aplicando sucessivamente, com os efeitos chocantes de baixas entre os detidos pela Insurgência, resultado do fracasso de operações e assim desvirtuar a realização do Intercâmbio por subtração de matéria. QUER DIZER: AO NÃO EXISTIR DETIDOS, NÃO HÁ INTERCÂMBIO POR PRESOS POLÍTICOS.
Partindo do legítimo interesse político pela Insurgência para a materialização do Acordo ou Intercâmbio Humanitário, é um requisito sine qua non, sua responsabilidade por manter vivos os detidos. Que dizer: a relação direta entre a existência de detenções políticas para a obtenção de presos políticos e guerrilheiros na Colômbia coloca essa ação armada da Insurgência como ativa, latente e prioritária. Explicável pelo quanto foi prioridade da Insurgência o respeito à vida, como resposta ao genocídio aplicado pela Oligarquia e o Império contra os lutadores e opositores na política ampla e de massas.
O cenário do conflito armado na Colômbia requer análises desde variados aspectos. Um deles destaca como a prática de detenção de pessoas por motivos políticos.
Desde o ponto de vista da legislação penal colombiana se contempla o delito de seqüestro por fins econômicos e seqüestros por motivos políticos. Obedece a um pressuposto fático da realidade colombiana. O ELN, por exemplo, condiciona um cessar-fogo com o atual governo e se compromete à não prática de deter pessoas com fins econômicos. Nesse experimento, por seis meses, nada lhe impede a detenção de pessoas com caráter político. Por mais que o deseje o alcaide Garzón de Bogotá, no sentido que erradique a prática política da detenção (ou seqüestro) de pessoas; a existência da luta armada pelo poder na Colômbia presume o uso e aplicação desse meio.
Em ocasiões temo-nos referido à progressiva diminuição de detenções com fins econômicos da Insurgência. O porta-vozes do ELN, por exemplo, explicam com que eles são demasiado econômicos e podem propor sobreviver com ajuda internacional, para seu funcionamento, enquanto adiantam um processo de negociação com o governo do turno. No caso das FARC-EP, dada sua infra-estrutura e sobretudo por sua vocação não claudicante de Poder Popular, é mister considerar outros aspectos como o de suas leis impositivas, tais como a 01 e a 02, atualmente vigentes.
Que fica depois da desocupação militar de Pradera e Florida.
A gravidade do acontecido no país colombiano exige rapidez – para e durante o tempo de desocupação militar – a fim de não haver nenhuma classe de condicionamento pela partes tratantes: Insurgência das FARC-EP e governo – sob a prática de “Dando e Entregando”, liberte-se os presos políticos e guerrilheiros dos cárceres da Colômbia e do Império e, por outro lado, liberte-se todos os detidos por motivos políticos, incluindo a entrega dos despojos mortais dos que faleceram durante o catriveiro.
Com antecipação temos explicado que ao regime do Mini-Führer havia passado o quarto de hora no mister de condicionar ou ambientar, subseqüentemente, um processo de negociação em busca de uma saída política para o conflito colombiano e deter o escalonamento de guerra civil. Como estão as coisas, Solução e Vitória são descartadas.
Após a desocupação militar do território acordado, da entrega dos detidos e dos despojos mortais, pessoalmente vejo distante as condições para o início de um processo de negociação com um governo espúrio, falsário, de desrespeito até com seus aliados, ilegítimo e de entronização do narco-paramilitarismo em seus destinos. Continua na ordem do dia a renúncia do Mini_Führer, sua saída. A concretização de um acordo nacional com um Governo de Transição que promova o início de uma mudança revolucionária e de fundo por uma Nova Colômbia.