"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


quarta-feira, 25 de julho de 2007

Os inimigos

Pablo Neruda, o universal poeta comunista, nos legou esta bela obra poética, ma qual denuncia o martírio do povo, executado pelos lacaios oligárquicos do império, e pede castigo para os poderosos: "Para o que deu a ordem de agonia, peço castigo. Para os que defenderam este crime, peço castigo. Não quero que me dêem a mão empapada de nosso sangue. Peço castigo."


O poeta comunista


OS INIMIGOS


Aqui eles trouxeram os fuzis repletos
de pólvora, eles comandaram o acerbo extermínio,
eles aqui encontraram um povo que cantava,
um povo por dever e por amor reunido,
e a delgada menina caiu com a sua bandeira,
e o jovem sorridente girou a seu lado ferido,
e o estupor do povo viu os mortos tombarem
com fúria e dor.

Então, no lugar
onde tombaram os assassinados,
baixaram as bandeiras para se empaparem do sangue
para se erguerem de novo diante dos assassinos.

Por estes mortos, nossos mortos,
peço castigo.

Para os que salipicaram a pátria de sangue,
peço castigo.

Para o verdugo que ordenou esta morte,
peço castigo.

Para o traidor que ascendeu sobre o crime,
peço castigo.

Para o que deu a ordem de agonia,
peço castigo.

Para os que defenderam este crime,
peço castigo.

Não quero que me dêem a mão
empapada de nosso sangue.
Peço castigo.

Não vos quero como embaixadores,
tampouco em casa tranqüilos,
quero ver-vos aqui julgados,
nesta praça, neste lugar.

Quero castigo.


Pablo Neruda

A tradução em português foi retirada do Livro "Canto Geral / Pablo Neruda", tradução de Paulo Mendes Campos – 11ª edição – Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001, 602 p.



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