"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


quinta-feira, 5 de julho de 2007

Suíça se solidariza com o povo colombiano

Este país pode jogar um papel importante no conflito colombiano e ainda mais não considerando as FARC como uma organização terrorista. ANNCOL, com exclusividade, divulga a Carta Aberta dirigida ao governo suíço firmada por vários Conselheiros Nacionais. «A diplomacia suíça implicada no caso colombiano, depois de muitos anos, goza de grande credibilidade e respeito entre as partes enfrentadas. Ela deve intensificar seus esforços para contribuir a pôr fim à violação sistemática dos direitos humanos, assim como também facilitar um verdadeiro diálogo entre o Estado e os insurgentes», diz em seus apartes.


O conselheiro nacional de Solidarites, Pierre Vanek, lê a carta ante um farto grupo de suíços. Foto: ANNCOL.


[Carta aberta/Suíça]


À Senhora Presidenta da Confederação Suíça.
Conselheira Federal Michelina Calmy-Rey.
Chefa do Ministério de Assuntos Exteriores.


Nós nos dirigimos a você para chamar a atenção do governo suíço, em particular de seu departamento, sobre os últimos acontecimentos na Colômbia.


As confissões feitas pelos chefes narco-paramilitares da extrema direita colombiana comprometem diretamente não somente ao chefe do Estado Senhor Álvaro Uribe Vélez, como também a toda a estrutura mesma do Estado e as forças armadas. Mais de trinta parlamentares dos diferentes partidos que apoiaram a reeleição do Presidente Uribe se encontram hoje em prisão acusados de ter laços diretos com o narcotráfico e com o genocídio político cometido contra as forças de oposição durante os últimos vinte anos.


Nos últimos dois meses, estas confissões conduziram a procuradoria geral da nação a encontrar milhares de corpos mutilados em fossas comuns, muitas destas localizadas em propriedades dos mesmos assassinos. Vale a pena assinalar que boa parte destas terras foram expropriadas com métodos violentos dos esquadrões da morte paraestatais, provocando deslocamento forçado de mais de 4 milhões de colombianos.


O show político-publicitário produzido pelo Presidente Uribe com a libertação de Rodrigo Granda, membro importante das FARC-EP, respondendo ao pedido do Presidente francês Nicolas Sarkozy, se apresenta mais como uma cortina de fumaça que como um verdadeiro gesto humanitário. Não está demais recordar que Granda havia sido seqüestrado por um comando na Venezuela e repatriado clandestinamente para a Colômbia para ser conduzido à prisão.


Enfim, a libertação de Granda se apresenta como um intento para lograr a libertação da senadora Ingrid Betancourt, objetivo que corre o risco de não alcançar-se se o governo colombiano não aceita iniciar discussões sérias em vista de alcançar um acordo humanitário para a libertação dos prisioneiros e detidos dos campos.


Em realidade, a “liberdade” anunciada de Rodrigo Granda é uma farsa. Ele foi transportado da penitenciária La Dorada à sede do episcopado colombiano em Bogotá, onde os arredores estão completamente militarizados. Granda não tem liberdade de movimento devido à lentidão das travas burocráticas impostas pelo governo e ao iminente perigo que ele corre de ser assassinado se põe um pé fora do episcopado.


Nós estamos inquietos por este passo unilateral do Presidente Uribe, pois dilata o diálogo que possa conduzir a um verdadeiro intercâmbio humanitário, que garanta a segurança dos prisioneiros e possibilite renovar diálogos para conseguir a paz.


A diplomacia suíça implicada no caso colombiano, depois de muitos anos, goza de grande credibilidade e respeito entre as partes enfrentadas. Ela deve intensificar seus esforços para contribuir a pôr fim à violação sistemática dos direitos humanos, assim como também facilitar um verdadeiro diálogo entre o Estado e os insurgentes para pôr fim ao conflito sobre a base do respeito às liberdades democráticas e à justiça social.


Sobre a situação de Rodrigo Granda, nós estimamos que o governo suíço deveria intervir para ser efetiva sua libertação e garantir sua integridade física.


Cordialmente.


Conselheiros nacionais:

  • Marianne Huguenin
  • Leuenberger-Genève
  • Maury Pasquier
  • Roth-Bernasconi
  • Pierre Vanek
  • Joseph Lang
  • Joseph Zisyadis

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