"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


quarta-feira, 18 de julho de 2007

Embaixadora colombiana reconhece censura

A embaixadora da Colômbia em Espanha, Noemí Sanin, reconhece haver silenciado os meios de informação eletrônica enquanto se executava massacre e desaparecimentos no Palácio de Justiça, em 1985, durante o governo conservador de Belisario Betancur Cuartas (1982-86).



La Sanin, personagem sinistra em Madri!


[Rebelión/Tas-Tas Irrati Librea]

http://www.rebelion.org/noticia.php?id=53270


SANIN, ex-ministra de Comunicações em novembro de 1985, durante o governo do Conservador Belisario Betancur, aceitou, ontem, na Casa de América em Madri, que ordenou à rádio colombiana o cessar da repetição da voz do então Presidente da Corte Suprema de Justiça, Alfonso Reyes Echandia, na qual clamava pelo "cessar-fogo" ao primeiro mandatário.


Desde o meio-dia do 6 de novembro de 1985, um comando de cerca de 30 guerrilheiros do M-19 tomou o Palácio de Justiça com a finalidade de iniciar um julgamento público e político ao governo por sua responsabilidade no rompimento do processo de paz em curso. Para meados da tarde, a rádio Todelar logrou entrevistar ao Presidente da Corte Suprema de Justiça Alfonso Reyes Echandia, que requereu a Betancur o cessar-fogo e o cessar das operações armadas das Forças Militares para iniciar um diálogo com o grupo guerrilheiro. A permanente repetição desse clamor de Reyes Echandia pela rádio, com o que se logrou comover o país, levou o governo, através de SANIN, a ordenar a censura.


Organizações espanholas de direitos humanos, presentes na Casa de América, assinalaram a gravidade do reconhecimento feito público por Sanin, na qual aceita ser a responsável pela censura e pelo amordaçamento midiático. Juristas espanhóis e colombianos indicaram que este reconhecimento deve supor uma imediata reabertura da investigação penal e a censura à representante da Colômbia na Espanha, pois, no Palácio de Justiça se consumaram crimes de lesa-humanidade como o desaparecimento forçado de 11 trabalhadores da cafeteria do Palácio de Justiça. "A Justiça colombiana deveria agir e a embaixadora deveria ser declarada pessoa non grata em Espanha e deixar seu cargo", expressou uma das organizações de direitos humanos ali presentes.


A justiça deverá estabelecer por que se modificaram as cenas do crime, as torturas cometidas e a sepultura em fossas comuns, por que se queimaram arquivos nos quais se investigava a militares por violações de direitos humanos; por que embargaram, ocultaram e destruíram vídeos e demais provas documentais.


Recentemente, uma das provas de vídeo foi encontrada em poder de um dos militares responsáveis pelos crimes, o então coronel Alfonso Plazas Vega, atualmente investigado.


Como se recordará, nesse vídeo escondido durante mais de duas décadas, se prova a saída, com vida e escoltado por militares, de Carlos Rodríguez, administrador da Cafeteria do Palácio, um dos detidos desaparecidos, pai de Alejandra Rodríguez, membro do Movimento Nacional de Vítimas de Crimes de Estado da Colômbia, que se encontrava no recinto. Alejandra perguntou à embaixadora por sua responsabilidade penal e política.


A embaixadora justificou sua decisão com a insólita tese de que uma suposta tomada de Bogotá por comandos do então grupo guerrilheiro M-19 se poderia realizar "distribuindo leite" entre os moradores.


Ante as perguntas do público na Casa de América e várias evasivas, Sanin decidiu abandonar o recinto.


Dezenas de assistentes realizaram uma censura pública ou escrache , exigindo-lhe respostas e responsabilidades, com cartazes com a palavra Sin Olvido [Sem Esquecimento], fotografias de vítimas e escritos alusivos à "Democracia genocida" e ao direito das vítimas à verdade, à justiça e à reparação por crimes de Estado. O pessoal de segurança da embaixada intimidou aos manifestantes, tirou fotografias de cada um, ante o qual os diferentes manifestantes que protestaram fizeram público seu temor e aviso, advertindo que, se algo lhes ocorre, será responsabilidade direta da embaixada colombiana em Espanha.


Pelo caso do Palácio de Justiça, vários militares se encontram encarcerados, alguns oficiais como Plazas Vega vinculado. No entanto, o ex-presidente Betancur, que assumiu publicamente a responsabilidade dos feitos, desfruta de plena liberdade, e alguns militares, como o General, se encontra em serviço diplomático no Chile. Plazas Vega, que continua em liberdade, tem ocupado cargos de importância no governo de Uribe.


http://www.tas-tas.org



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