Colômbia está à venda
Ganhar nas ruas espaço para derrubar esse mafioso!
[Apolinar Díaz – Callejas]
Desde o início dos seus 5 anos, o governo do presidente Álvaro Uribe Vélez vem aplicando uma política econômica de privatização de empresas estatais vendendo-as a investidores nacionais e estrangeiros. O que ainda restava em serviços de empresas de Telecomunicações, de serviços públicos e de atividades básicas na economia nacional como as petroleiras, foi levado adiante pelo presidente Álvaro Uribe Vélez, ao submetê-las à sua política de privatização.
Temos regredido mais de 100 anos, em matéria de desenvolvimento econômico, ao entregar a grupos econômicos colombianos e estrangeiros a propriedade e manejo dessas empresas. O presidente Uribe Vélez, que como governador do estado de Antioquia pôs em marcha a organização de grupos paramilitares camponeses, chegou à presidência com o voto de grupos políticos de ultra-direita vinculados ao paramilitarismo. A União dos Metalúrgicos dos Estados Unidos pediu ao governo desse país que investigasse as relações do presidente Uribe Vélez com membros dos grupos paramilitares em sua campanha presidencial em outubro de 2001, como também o narcotraficante Ochoa Vasco, que na revista Semana informou de uma doação de 150 mil dólares para a campanha de Uribe Vélez. (Fonte: El Tiempo, 19 de Junho de 2007).
Um bom número de parlamentares, que lhe deram seu apoio para a primeira eleição e reeleição estão, estão presos por terem se vinculado aos grupos paramilitares, autores da mais agressiva violência na Colômbia na segunda parte de uma violência que começou há 61 anos. Ao anterior se agrega uma política de liquidação, desmonte e venda das mais importantes empresas criadas na Colômbia em 100 anos de esforços. Foi conseguida no passado a nacionalização da ECOPETROL, a empresa estatal líder das atividades petroleiras, mas agora foi aberta para os investimentos nacionais e estrangeiros privados. TELECOM, a empresa colombiana de telecomunicações, que modernizou o sistema e levou seus serviços aos mais inóspitos lugares da ampla Colômbia, foi liquidada.
A televisão foi aberta para a penetração de capitais estrangeiros, especialmente espanhóis. A universidade pública, começando pela Universidade Nacional, a mais transcedental vitória na educação superior na Colômbia, foi golpeada e perseguida em benefício exclusivo de universidades privadas, ou de uma educação privada cada vez mais ineficiente. Desesperado por seus fracassos nos Estados Unidos, onde as maiorias do partido democrata anunciou sua oposição às condições atuais do TLC, negociado entre o presidente Uribe Vélez e o norte-americano Bush. Com ele o presidente colombiano pretendia obrigar a maioria do Congresso estadunidense a ratificar um tratado econômico de acordo com o pensamento do presidente Bush.
Uribe Vélez conseguiu fazer com que o Congresso aprovasse à força um novo sistema de transferências de fundos aos estados do país, concentrando todas as vantagens em um pequeno grupo dos mais desenvolvidos que lhe dão apoio político. O diário El Heraldo de Barranquilla denunciou abertamente que a Costa Caribe colombiana sofreu um novo saque pelo ato legislativo aprovado e passado à limpo pelo Congresso da República, que modificou substancialmente as transferências às regiões do país. Tudo isso Uribe Vélez fez enquanto estão presos membros dos grupos políticos que lhe deram apoio para sua reeleição, por seus vículos abertos com o paramilitarismo e o narcotráfico. P país está se desmoronando e tem perdido já atividades econômicas e sociais estatais que ajudaram a tirar a Colômbia da miséria extrema de um sistema social de desenvolvimento retardado.
Mas os colombianos, os trabalhadores, camponeses, empresários honestos, estudantes e professores vêm ocupando as ruas e praças da Colômbia em protesto contra a política econômica e social do presidente Uribe Vélez. Essa luta é a esperança.