"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

Este material pode ser reproduzido livremente, desde que citada a fonte.

A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

DMG denuncia Uribe e teme pela sua vida

"O mais triste é que o presidente riu ao me dizer ser verdade que éramos um problema para o setor financeiro mas o que mais o preocupava era que eu tivesse tido a idéia de oferecer casa, comida e universidade aos colombianos pobres. Que eu tinha que entender que um país com pobres letrados e cultos não se pode governar e que a minha iniciativa de permitir aos colombianos de sonhar, de receber educação e de pensar havia sido a minha sentença de morte”.

Comunicado público de DAVID E. H. MURCIA GUZMÁN
(DMG), acusado no esquema das pirâmides


27 DE NOVEMBRO DE 2008 PARTE 1


Família DMG e colombianos. Não tenho dito uma só palavra aos meios de comunicação porque o presidente e o dono do grupo Aval me dizeram que tem à minha família seqüestrada. Nem sequer sei se esta sujeira e verdadeira; mas não podia arriscar e, para que não os matassem, tive que guardar silêncio e não tenho falado com os meios de comunicação; ainda que não negue que estive tentando fazê-lo por duas vezes quando sabia que estavam transmitindo ao vivo e em direto.


27 DE NOVEMBRO DE 2008 PARTE 2


Se as minhas súplicas foram ouvidas, uma mão amiga integrante da família DMG que está me ajudando daqui de dentro, lhes fará chegar este comunicado através da internet. Se ele for parte da armadilha de Uribe vocês nunca poderão ver este comunicado e as ameaças do presidente se tornarão realidade com maior rapidez. Minha situação é muito grave, me torturaram, estou aislado e não deixam me defender. Todas as provas contra mim foram falsificadas e as pessoas envolvidas na minha investigação foram subornadas com o dinheiro que tiraram de vocês, ou foram ameaçadas como eu se não cumprirem à risca os mandatos do presidente para extinguir DMG, vocês, a mim e à nossa lembrança na Colômbia.

Nos próximos dias vou aparecer morto na minha cela e as provas dirão que foi suicídio. Estava disposto a aceitar este destino a troco de salvar a vida da minha família. Era um trato com o diabo, mas eu não podia fazer mais nada e já tinha aceitado a minha sina.

Mas hoje é diferente. Hoje continuo sabendo que vou morrer, mas também sei que o presidente veio pessoalmente me dizer o que vai fazer junto com o dono do grupo Aval, e vocês devem saber, pois os coloca em perigo e os afeta a todos.

O presidente dice-me que todos vocês e suas famílias são considerados um perigo para a nação; mas principalmente um perigo para o mandato presidencial vitalício e para os planos do setor financeiro. Uribe os considera um perigo não somente por que são muitos e porque vocês são leais ao direito de sonhar, mas porque possuem muitas áreas de trabalho e profissionais para defender-se, estão manifestando-se e têm consciência social e ele sabe disso. Sabe que se converteram na grande pedra no sapato, uma pedra que não esquecerá e que pode contar ao mundo o que está se passando de verdade na Colômbia.

E é por isso que, junto de seus capangas, coletaram toda a informação que DMG tinha nos computadores sobre todos e cada um de vocês. Essa informação será compara com a que estão coletando através de formulários que, supõem-se, vocês encheram para que lhes entreguem seu dinheiro. Eles sabem que vocês estão preocupados em cuidar dos cartões de DMG, mas que nenhum de vocês estará preocupado com os dados fornecidos nestes formulários. Ninguém perceberá que entregou seu nome completo ou documento de identidade, endereço, telefone, enfim, absolutamente todos os dados necessários para encontrá-los a qualquer momento. Todos esses dados servirão para um plano terrível que será levado adiante a seguir.


27 DE NOVEMBRO DE 2008 PARTE 6


No decorrer do ano e meio seguinte, todos e cada um de vocês serão encontrados graças aos dados desses formulários e serão exterminados sistematicamente para escaldar todos os que se oponham ao governo.

Alguns morrerão e os vão dizer que eram milícias urbanas. Outros receberão ameaças tão terríveis contra suas famílias que não se atreverão a fazer ou dizer nada. E outros serão encarceirados, convertendo-se todos os integrantes de nossas mais de 200 mil famílias em bodes expiatórios por se opor ao governo.


27 DE NOVEMBRO DE 2008 PARTE 7


Eu lhe perguntei por que se arriesgava a me dicer tudo isto pessoalmente e Uribe me respondeu, transbordando seu ego e poder, “quem vai acreditar, quem vai confiar na palavra de um delincuente internacional, de um trambiqueiro, de um lavador de dinheiro, nem sequer a sua familia vai acreditar”. Dice-me tudo isso porque ele e os meios de comunicação convenceriam a todos que eu dei o calote e os roubei. Perguntou-me se tinha me dado conta que em menos de 24 horas tinha nós destruído a todos e que ele podia mudar a constituição de um país e violar a soberania de outros se fosse necessário e sair impune toda vez que ele quiser. Ele sabe que os meios de comunicação fazem o que ele diz e quando o diz. Soube então que se supõe que eu tente fugir ao Panamá e não que me entregue voluntariamente às autoridades.

Soube também da sua própria boca que não se retirará do governo enquanto não tiver exterminado as Farc. Sei que o plano inicial para nos desarticular e acabar comigo era muito simples. Os senhores Sanchez Cristo e Felix de B. de la W, através de difamações e provocações, deveriam me obrigar vir à Colômbia. A idéia era que se eles conseguiam este propósito e eu ‘punha a cara para fora’ ao entrar no país, atirariam na minha testa e as investigações que viriam a seguir diriam que um integrante da família DMG, desesperado porque eu o tinha roubado, matou-me num ato de vingança. Estes senhores receberiam 800 milhões de pesos colombianos cada um se conseguissem sujar meu nome, o da empresa, o de vocês e fazer com que eu aparecesse para me matar.

Peço-lhes perdão, pois mesmo que sempre tenha contribuido e nunca os roubado, como estão dicendo, coloquei suas vidas e das suas famílias em grave perigo, por isso lhes envio este comunicado para adverti-los. Sei que estou assinando minha senteça de morte e a da minha família, mas estou lhes dando a chance para que isto não se repita. Façam com que este comunicado chegue aos meios de comunicação internacionais que não sejam comprados por Uribe e pelo grupo Aval. Façam cópias e distribuam-as a todo aquele que queira saber a verdade.

Quero que saibam também que aproveitarão este escândalo para que Uribe possa implicar nele todo aquele que seja seu enemigo e ponha em perigo seu governo vitalício. Sujarão todos os políticos da oposição, jornalistas verazes, empresários que fazem concorrência ao grupo Aval e a um monte de gente que será atingido com as falsas provas que possuem de mim. Uribe dice que mataria dois pássaros com um só tiro.

O mais triste é que o presidente riu ao me dizer ser verdade que éramos um problema para o setor financeiro, mas o que mais o preocupava era que eu tivesse tido a idéia de oferecer casa, comida e universidade aos colombianos pobres. Que eu tinha que entender que um país com pobres letrados e cultos não se pode governar e que a minha iniciativa de permitir aos colombianos de sonhar, de receber educação e de pensar havia sido a minha sentença de morte.

As pessoas aprisionadas comigo e meus advogados foram ameaçadas, compradas ou se lhes ofereceu um acordo para se salvarem. Não as julguem, eu também teria aceitado o mesmo. Eles são a única prova real que o governo pode oferecer, se os submetem e os fazem confessar falsos delitos que nós imputam ninguém investigará as outras provas, que são falsas também.

O comunicado encontra-se em Anncol.eu.