"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

Este material pode ser reproduzido livremente, desde que citada a fonte.

A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Notas de Anncol

A raquítica marcha de Ingrid e Uribhitler e mais...

por Juan Carlos Vallejo*

Marchas sem povo

Os que marcharam foram as elites, a Igreja Católica benzedora de armas, os cristãos tocadores de sinos e uns quantos empregados, obrigrados por seus patrões e diretores de organismos oficiais sob pena de perder seu trabalho (ah, e os malabaristas do Pólo). Tão escassa foi a assistência que até El Tiempo teve que reconhecê-lo em primeira página. Algo que já indica que a coisa não foi nada boa para o ego do narco-presidente, seus capachos e o super ego de Ingrid. Por fim, até a senhorita apareceu na Colômbia para perguntar o que aconteceu, depois de ter dito em uma entrevista que não voltaria ao país.

É verdade. No dia 10 de julho de 2008, a NBC dizia dos Estados Unidos:
“A ex-refém franco-colombiana Ingrid Betancourt disse esta quinta-feira, em uma entrevista a uma cadeia de televisão estadunidense que, por agora, não pensa em voltar à Colômbia porque as FARC poderiam buscar “vingança”.

‘Amo meu país. Sou colombiana do fundo do meu coração, e adoro meu país e quero servir-lhe’, disse Betancourt, que foi liberada por uma operação do exército da Colômbia no dia 2 de junho, junto com outros 14 reféns da guerrilha.
Ainda assim, “penso que tenho que ser prudente”, acrescentou.

'A guerrilha poderia estar querendo se vingar', disse em declarações à NBC. 'Penso que minha família passou por momentos horríveis e não acredito que tenha o direito de romper todos nossos sonhos agora que, por fim, podemos estar juntos e darmos as mãos", afirmou.

Suas palavras podem ser lidas aqui: http://elobservador.rctv.net/Noticias/VerNoticia.aspx?NoticiaId=240457%26Tipo=20

Então o que aconteceu? Não estava ameaçada?
Bom, por aqui a única coisa que ficou ameaçada foi o seu super ego. Por isso veio de seu palácio em Paris. Ah, e todo aquele apoio nas pesquisas que tinha o narcopresidente? Baixou para 82%? Número bem conhecido por Uribe.

A coca marca DMG

Parece impossível acreditar que um homem da inteligência de David Murcia Guzman, sócio de Álvaro Uribe e seus filhos, fosse tão estúpido a ponto de estampar o selo de sua companhia nos pacotes de cocaína. Como bem disse o jornalista Daniel Santamaría, do programa “La Ponzoña” na Rádio Café Stereo: “Isso nem Pablo Escobar ousou fazer, e olha que ele era dono da Colômbia naquele tempo”.

Murcia está preso e incomunicável, para que não denuncie Uribe, seus filhos e a todos os políticos, padres, pastores, militares e policiais que vinham participando em sua pirâmide. David Murcia está sem advogado defesa (certamente lhe será indicado um “público” a serviço de Uribe), o estão atemorizando com a extradição para que não fale. Por isso lhe montaram o da cocaína marca DMG.

O pecado de João Povo foi acreditar em uma imaginária solução de sua crise econômica diante dos abusos do sistema financeiro. Mas João Povo já sabe que o narco-presidente Uribe está envolvido até o pescoço no negócio. O jornalista John Rojas, do mesmo programa internacional da Rádio Café Stereo, afirmou que Murcia havia colocado em xeque o sistema financeiro colombiano e, seguramente, esse mesmo sistema financeiro o estava pressionando, preocupado, porque o povo ganhava alguns poucos pesos.
E outra coisa: o narco-presidente disse que mostrará sua declaração de renda e a de seus filhos, mas acontece que o dinheiro ganho ilegalmente os delinqüentes não declaram nem pagam impostos.

Que se vá o ilegítimo da “Casa de Nari”!

Como é possível que quem é ilegítimo no poder seja chamado de “presidente”? Como é possível que quem foi apoiado pelos narco-paramilitares em sua primeira eleição siga se auto-proclamando “Presidente da Colômbia”? Como é possível que pela compre do voto para sua reeleiç~~ao, Yidis e Teodolindo estejam na prisão, mas o ilegítimo segue supostamente “governando”? O que fizeram os povos na Bolívia, na Argentina, na Venezuela, no Equador, no Brasil, quando os ilegítimos tinham o poder? Não há carta dos intelectuais colombianos pedindo que o ilegítimo se vá? Onde estão as centrais operárias? O que diz o Pólo Democrático sobre isso? Os estudantes e os indígenas, os colombianos dignos, estão atuando.

Uribe passou seu primeiro ilegítimo período mentindo e o segundo período –tão ilegítimo quanto-, está passando a cobrir suas próprias mentiras, a medida que elas são descobertas.

Um tal político uribista, de sobrenome Carrasquilla, pede que rebaixem o salário mínimo. Em outro país, João Povo já estaria nas ruas pedindo a saída do tirano da “Casa de Nari”.

Estatísticas maquiadas com civis assassinados

O exército de Ingrid desapareceu e assassinou milhares de civis para fazê-los passar como guerrilheiros e, logo, apresentar as estatísticas maquiadas ao império e aos meios de comunicação, fazendo-lhes acreditar que a guerrilha está derrotada e comendo raízes. A realidade colombiana mostra claramente quem tem as armas apontadas contra o povo, que o assassina, quem o desaparece, quem o maltrata. O povo é sábio e saberá cobrar-lhes os crimes que cometeram. Eles não são o Exército da Colômbia, mas o Exército contra a Colômbia. Mas sabemos que há militares íntegros, com mística, honra e dignidade, que estão em desacordo com o que está acontecendo na Colômbia. Esses militares honestos fizeram um juramento de defender ao povo com suas armas. Quantas infâmias o povo tem que agüentar para que vocês comecem a atuar?

A Índia sangra

O Taj Mahal, um hotel de 565 habitações, com 105 anos de construção vitoriana, estava avisado do ataque que abalou a Índia como o mais mortífero em toda a sua história: mais de 183 mortos e mais de cem feridos, váris em estado grave. Entre os mortos estão 15 estrangeiros. Os demais mortos e a maior parte dos feridos eram hindus. Não pareceu então um ataque contra “os pecadores do ocidente”, e sim contra os cabeça-duras hindus. Índia tem sido um dos países que negou-se contundentemente a adotar medidas contra o “Terrorismo Internacional” como haviam pedido insistentemente “a comunidade internacional” e não havia aceitado fazer o jogo dos pronunciamentos sobre a possibilidade do Paquistão dar abrigo aos talibãs.

A medida em que vão se conhecendo os detalhes, também começam as perguntas sobre a batalha campal que durou aproximadamente 60 horas e que ocorreu simultaneamente em nove locais diferentes; um deles o hotel Taj Mahal.

O que primeiro chama a atenção é que, como afirmou o gerente do grupo proprietário do hotel, Ratan Tata, diante da advertência do ataque só foi proibido o estacionamento de veículos em frente ao edifício e foi instalado um detector de metais. Vocês acreditam? Um hotel onde vão os maiores clãs hindus e alguns turistas muito ricos, se protege de uma ameaça com um letreiro “Proibido estacionar em frente” e um detector de metais. Seria mais útil colocarem um pára-quedas em um submarino. Os terroristas entraram por trás, mostrando ao menos respeito com o letreiro.

Mal começavam os combates e já alguns meios internacionais (sabemos, claro, de onde) despachavam relatórios dizendo que os terroristas haviam chegado em botes infláveis do Paquistão, e tinham até o nome do grupo terrorista e que o objetivo era assassinar 5 mil pessoas. Que isso! Esses meios tão exatos nesse tipo de informações mas tão erráticos na hora de informar sobre a Venezuela (Nas últimas eleições, Chávez ganhou 17 GOVERNOS e mais de 80% das prefeituras, mas eles falam de ‘triunfo da oposição’). E na época dos ataques às Torres no 11 de setembro, em 5 minutos tinham fotografias e nomes dos “pilotos”. Pilotos que, segundo relatórios da “Organização 9-11 Truth”, não eram capazes nem de voar um avião feito de papel. A propósito: um militar hindu disse que os “terroristas” do hotel pareciam um pouco inexperientes no uso de armas e estratégias.

As relações entre o Paquistão e a Índia estão em delicada situação. Paquistão negou conhecer ou estar envolvido nos acontecimentos. O congresso hindu estudará adotar medidas contra o “terrorismo internacional”. A missão foi cumprida!

Em liberdade o jornalista Manuel Arango

Me alegra saber que o jornalista Manuel Arango foi libertado, ainda que isso não signifique que o perigo das ameaças contra sua liberdade, sua segurança e integridade física estejam garantidos. Celebramos, mas estamos atentos ao que acontece com nosso colega. O cantor não se cala.

Queríamos escutar vozes de solidariedade da SIP ou de Repórteres Sem Fronteiras.

*Escritor a analista político internacional.
O artigo encontra-se em Anncol.eu.