"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

Este material pode ser reproduzido livremente, desde que citada a fonte.

A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Ingrid, não te queremos na Venezuela!

Escrevo com medo, ou melhor, indignação, de que em breve possamos ter a ex-refém em nosso país. As notícias já a situam no Equador, em uma peregrinação que commeçou na Argentina e que seguirá subindo até chegar, suponho eu, em Obama.

Não sei se a Venezuela está em sua rota. Tomara que não e, caso lhe ocorra vir, escrevo isto que expressa não apenas minha indignação e rechaço, mas a de muitos e muitas que vivem neste país.

Morelis Gonzalo / Aporrea
*artigo escrito 1 dia antes de Ingrid ter visitado a Venezuela

Escrevi sobre Betancourt no momento de “sua libertação” que ela fazia parte da mesma laia de seus compatriotas Santander e Uribe, ou seja, a dos traidores. Ela pertence, então, à combinação dos que não possuem nenhum tipo de valores na hora de exercer a política. A dos que acreditam, como Maquiavel, que o fim justifica os meios e, portanto, vale tudo.

Daria tudo para não vê-la posando para foto em Miraflores com nosso Presidente, “agradecendo” o apoio dado anteriormente, quando lhe foi permitido. Quando foi libertada, agradeceu apenas a Uribe e o Santos, enaltecendo-os em seu plano, que agora já sabemos como realmente aconteceu. Nada de glorioso exército. Nada de operação impecável, “perfeita” como ela repetiu na rodada de imprensa. Nada: traição e suborno. Traição e falta de escrúpulos. Sua operação de resgate não passou disso, violando normas universais e valores éticos mínimos.

Nestes tempos de reconhecimento ao gênero, me encanter ver mulheres na política, sendo exitosas e com ressonância, como Piedad Córdoba, a Cristina K., as nossas como Luisa Ortega Díaz, Fiscal da Nação, María León do Ministério da Mulher, Tibisay Lucena no CNE, Socorro Hernández à frente das telecomunicações, junto a milhares de outras que estão dirigindo os Conselhos Comunitários e as diversas formas organizativas que vêm se dando pelo país, na busca por um poder comunitário que dê estabilidade e transcendência ao processo.

Mas, lamentavelmente, Ingrid Betancourt não pertence a este grupo. Ela é daquelas que vêem na política uma forma de ascender ao poder para proveito pessoal. Até seu cativeiro foi convertido em uma mercadoria altamente rentável, social e midiaticamente falando. Senão, que ela explique porque, diante da proclamação do Nobel da Paz deste ano, para o qual havia sido indicada, já tinha planejado uma rodada de imprensa com boletim incluído. Correu na frente, portanto, em um ato que a colocou em evidência. Menos mal que ela não ganhou, diferente de pessoas maravilhosas como a Madre Teresa de Calcutá, pois mancharia para sempre a honra dessas pessoas e sepultaria para sempre esse prêmio, como a negação do que pretende exaltar.

Alguém poderia se perguntar: O que fez Ingrid Betancourt pelos reféns? Nada, durante os 6 anos que ficou em cativeiro, dedicou-se a sobreviver e tentar escapar, como suponho que façam a maioria dos que têm a má sorte de sofrer esse tormento reprovável. Então, caso seja isso, o prêmio corresponde a todos os seqüestrados, não apenas a um deles. Ahhh... a diferença está nas relações de poder que rodeam Ingrid e que a colocaram perto do poder na Colômbia há muitos anos, quando seu pai foi ministro e sua mãe, acredito, parlamentar. Diferente dos outros, especialmente dos soldadinhos colombianos, ela não vai viver apenas seus 5 minutos de glória na hora da libertação e depois cair no esquecimento...

Agora disse que fundará uma ONG, que seguramente em alguns anos será o partido, ou seja, a plataforma com a qual aspire de novo a presidência da Colômbia. Ela disse que não regressará a essa atividade. Não acredito, assim como Uribe e grande parte da dirigência política colombiana também não. Todos eles são como as pirâmides, dessas que fazem mal há anos à economia colombiana: um tiro no pé.

Por isso escrevo isto, para ver se ela passa longe e não mostra seu sorriso hipócrita e seu discurso falso, dando um obrigado fora de hora para a Venezuela, que é quase como não dar. Em seu momento, quando estava em evidência para todo o mundo, só teve palavras para Uribe e o presidente francês, ignorando todos os outros, em uma clara manipulação política por capitalizar este triunfo apenas para Uribe e companhia. Tem de haver muita miséria humana para fazer isso em um momento como este. Mas essa é a Ingrid Betancourt, e os que a conhecem confirmam, inclusive a sua própria companheira de cativeiro, Clara Rojas, e seu marido, a quem mandou às patavinas no dia da sua libertação, pobre, que até seu nome ou rosto havia tatuado em um braço.

Enfim, se com isto não consigo conjurar sua presença nesse país, então grito aos quatro ventos: INGRID, NÃO QUEREMOS VOCÊ NEM URIBE EM NOSSO PAÍS! Por isso, declaramos você uma persona non grata na Venezuela e em nosso coração, por ser traidora e mal-agradecida. E tenho dito.

A notícia encontra-se em Anncol.eu.