Invasão de órgãos públicos por “cívicos” causou dano superior a U$ 200 milhões
La Paz, 03 dez (ABI) - Um dano econômico de mais de 200 milhões de dólares foi o que custou a invasão terrorista de instituições públicas, o atentado a um gasoduto e o bloqueio de rotas no oriente e sul da Bolívia. As ações foram realizadas entre 25 de agosto e 17 de setembro pelos “comitês cívicos”, atendendo às convocações dos prefeitos departamentais aglutinados sob o Consejo Nacional Democrático (Conalde).
A estimativa de danos consta em relatórios formulados pela direção dessas instituições, que além de invadidas também foram saqueadas. Nos dias em que foram realizadas as ações terroristas do Conalde, os cívicos e unionistas tomaram de assalto instituições regionais, como a Administradora Boliviana de Carreteras (ABC) e o Servicio de Impuestos Nacionales (SIN).
Também foram invadidos o Instituto Nacional de Reforma Agraria (INRA), a Aduana Nacional de Bolivia (ANB), a Empresa Nacional de Telecomunicaciones (Entel) e foi realizado um atentado ao gasoduto Yacuiba o Río Grande (GASYRG).
ALFÂNDEGA
No caso da Aduana, os prejuízos ficaram em torno de 763 milhões de bolivianos (aproximadamente 100 milhões de dólares) pelo bloqueio cívico fundamentalmente na região do Gran Chaco boliviano, cujo faturamento corresponde a arrecadações alfandegárias, além do comércio exterior referente à importação e exportação de produtos.
De acordo com a instituição o bloqueio de vias interrompeu o fluxo bioceânico, impedindo o fluxo comercial para os países vizinhos e provocando um grave dano econômico ao Estado.
As perdas no setor das exportações chegou a 660 milhões de bolivianos, por importações a 91 milhões de bolivianos, além das arrecadações alfandegárias que chegaram a 12,3 milhões de bolivianos.
YPFB
Em 10 de novembro uma ação cívica prejudicou o sistema de distribuição de derivados de petróleo. Trata-se da explosão do Gasoduto Yacuiba Rio Grande (GASYRG), que afetou diretamente o abastecimento de gás natural para o mercado boliviano e a exportação, com danos estimados em pelo menos 100 milhões de dólares.
IMPOSTOS NACIONAIS
O Servicio de Impuestos Nacionales (SIN) também reportou um dano financeiro por 2,2 milhões de dólares pela destruição da sua infra-estrutura em Santa Cruz, onde os cívicos e a Unión Juvenil Cruceñista furtaram equipamentos de informática, documentação dos contribuintes e material de escritório.
ABC
A Administradora Boliviana de Carreteras (ABC) informou perdas por danos à sua infra-estrutura nos escritórios de Beni, Pando, Chuquisaca, Tarija e Santa Cruz, incluindo a depredação da empresa Vias Bolivia. Prejuízos estimados inicialmente em 3,5 milhões de bolivianos.
O relatório diz ainda que os escritórios da Regional ABC-Pando, invadidos no último dia 3 de setembro por membros da Federação de Juntas Vecinales e o Comitê Cívico pandino, estima uma perda de 800 mil bolivianos pelo incêndio criminoso do prédio, furto de computadores, móveis e danos a veículos.
INRA
As medidas do Conalde também afetaram os escritórios regionais do Instituto Nacional de Reforma Agrária (INRA) nos quatro departamentos que formam a chamada "Meia Lua", sendo a mais afetada a localizada em Santa Cruz.
Dados desta instituição indicam que os danos econômicos superam os 500 mil dólares, dos quais 300 mil correspondem às depredações na capital de Santa Cruz.
Os danos quantificados se referem a veículos apedrejados e incendiados, equipamentos de informática subtraídos dos escritórios, material de escritório, móveis, documentos e outros.